Fumaça por uma janela, um alerta no sistema de som, profissionais agitados pelos corredores e as sirenes anunciando a aproximação dos bombeiros e Samu pela rua Tiradentes. Praticamente um cenário de filme de ação foi montado em parte do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) na manhã de ontem, durante uma simulação de evacuação de incêndio.
Do lado de fora do hospital e dentro dele, muitos não sabiam da ação programada e não esconderam certa apreensão nos rostos, convencidos por movimentos (como os bombeiros subindo de escada numa sacada e pacientes imobilizados em macas para dentro de ambulâncias) que buscavam ser o mais fiel possível a uma eventualidade de o hospital ser tomado pelo fogo.

A simulação fez parte do plano de ação que implementou a Brigada de Emergência do HSSM, a qual passou por treinamentos desde a última semana. São cerca de 60 funcionários que se voluntariaram para formar uma equipe de brigadistas (combate inicial às chamas), evacuadores (retiradas dos pacientes) e socorristas (primeiros atendimentos), divididos por turnos e pavimentos. São eles que, em caso de incêndio, entram em ação até a chegada dos bombeiros.
Segundo o coordenador da Brigada de Emergência, Cássio Severo, a equipe faz parte da atualização do Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndios (PPCI). “O objetivo é manter todos em segurança e controlar a situação até a chegada dos bombeiros.”
Essa é a primeira simulação de evacuação que o hospital fez e, a partir de agora, haverá reuniões mensais e serão programadas novas simulações, em outros turnos e outros setores mais críticos, como de UTI, por exemplo.
Prática
Nos dias de capacitação, além de conhecer toda a estrutura física do hospital e o projeto de evacuação (feito por um engenheiro), os brigadistas foram treinados em primeiros socorros, através de uma parceria com o Samu, e também de combate a incêndio com o Corpo de Bombeiros.
Todos foram certificados e essa brigada tem validade de quatro anos. Em 2009, o HSSM também formou uma equipe semelhante e devidamente treinada, mas não houve simulação como ontem.

Evacuação
Na eventualidade de um incêndio, os pacientes são classificados por cores para determinar a ordem de saída. Primeiro são os que têm condições de caminhar (verde), depois os que precisam de cadeira de rodas (amarelo) e por fim os acamados (vermelho).
A ordem pode causar estranheza, mas, conforme o coordenador da Brigada de Emergência, Cássio Severo, ela está determinada no plano de ação. “Mesmo quem pode caminhar, precisa ser orientado para onde deve sair. Essa ordem garante uma ação muito mais rápida do que se fosse o contrário.”
Outro critério determinado no plano é a necessidade de transferências assim que todos estiverem do lado de fora. Nesse caso, a ordem é a inversa da evacuação, ou seja, os acamados ou em situação mais crítica serão os primeiros a serem transferidos para outros hospitais.
Princípio de incêndio
• Ao longo da história do HSSM, não há informações se o prédio registrou algum sinistro que causou maiores danos. Segundo Cássio Severo, há alguns anos houve um princípio de incêndio no quarto de um plantonista no Pronto Atendimento (PA), mas logo foi controlado pela própria equipe.
• O fogo teria iniciado na parte elétrica, um dos pontos suscetíveis à combustão. Dentro do hospital, do que pode ser considerado material combustível, há os móveis de madeira, itens químicos como álcool, o diesel dos geradores e todo o oxigênio instalado nos quartos.
Construção de rampa da UTI começa neste mês
Além da implementação da Brigada de Emergência, o hospital precisa adequar outra questão do PPCI: como as obras da UTI Pediátrica devem estar concluídas até o fim do ano, uma rampa externa de acesso ao prédio também deverá estar pronta.
Segundo Cássio Severo, a rampa começa a ser construída ainda neste mês. Para fazê-la, serão necessários cerca de R$ 515 mil, sendo que R$ 401,6 mil são de emendas impositivas da Câmara de Vereadores de Venâncio Aires e o restante de contrapartida do próprio hospital.