“Acompanhando os boletins diários, a gente percebe que o número de pacientes positivos bate todos os recordes. Se continuasse dessa forma, no ano teríamos um número absurdo de doentes por Covid. É uma variante nova, altamente transmissível, de rapidez de transmissão muito grande, mas parece que ela está cedendo”. A análise é do diretor técnico do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), Guilherme Fürst Neto. Segundo ele, nas últimas duas semanas, os casos confirmados de Covid vêm diminuindo e o número de pacientes também. “Isso a gente percebe entre os nossos familiares, amigos e pacientes de consultório. Mostra que é uma variante que transmite mais rápido, mas, talvez por conta de as pessoas já estarem vacinadas, apresenta menor gravidade do que as outras que tivemos anteriormente”, compara.
De acordo com o médico, o elevado número de pessoas infectadas, neste momento, não gera nenhum tipo de preocupação no sistema de saúde da cidade. “A gente teve um momento difícil, de tensão, com um número muito grande de doentes, no início deste ano, mas com menos gravidade. Isso acabou se refletindo em uma grande procura na UPA, mas rapidamente o sistema de saúde se adaptou à realidade e organizou o fluxo”, destaca, acrescentando que alguns pacientes da UPA foram remanejados para o hospital, permitindo que a unidade, embora com sobrecarga, cumprisse o seu papel de atendimento ambulatorial.
Fürst Neto ressalta que, paralelamente à dispara de consultas, em janeiro, houve reforço na equipe da UPA, o que aumentou a capacidade de atendimento e a vazão natural do serviço. “Houve uma tensão inicial, porque a gente pensou que teríamos aumento muito significativo de internações, o que não se confirmou. A situação parou no caso ambulatorial. Temos tido pacientes internados, mas sempre em pequeno número”, diz. A rotina do hospital, lembra ele, segue ainda um pouco alterada. “Muito do funcionamento voltou ao normal, mas ainda não conseguimos fazer isso completamente. Ainda temos prejuízos nas visitações e nos acompanhamentos, mas temos a situação sob controle”, argumenta.
Testagem
O diretor técnico do hospital lembra que todos os pacientes que internam na casa de saúde passam por testagem, para que não haja ‘mistura’ de positivados para coronavírus com não positivados. “Não podemos esquecer que a Covid é uma doença altamente contagiosa e transmissível. Pessoas que já tenham outras doenças ou comorbidades não podem ser expostas aqui dentro da nossa instituição ao coronavírus. Então, os prejuízos que ainda temos decorrem da necessidade de proteção a estes pacientes”, esclarece.
Mês a mês, os serviços vêm sendo restabelecidos. “Em breve, queremos voltar a atender a nossa normalidade. As internações decorrentes da Covid acabaram se tornando comuns, como quaisquer outras, com o prejuízo de que estas pessoas precisam ficar em isolamento”, justifica. Ocorre, às vezes, de um quarto com duas ou três camas ser ocupado por um paciente com Covid. “Aí não temos como utilizar os outros leitos à disposição neste espaço. E, às vezes, não temos quartos individuais para todo mundo. Mas os pacientes não ficam mais em um setor exclusivo, como tivemos em outras épocas a Ala Covid. Hoje estão internados nos quartos ou UTI, com todos os cuidados necessários para evitar mais problemas respiratórios e contatos”, completa.
“Os pacientes positivados para a Covid-19 estão sendo cuidados e tratados por toda a nossa equipe médica. Enquanto estivermos em regime de pandemia, ainda vamos ter que cuidar algumas coisas. Os números de pacientes internados vêm se mantendo estáveis, são baixos e as internações mais curtas, provavelmente pela vacinação em massa e pela menor agressividade da variante Ômicron.”
GUILHERME FÜRST NETO
Diretor técnico do Hospital São Sebastião Mártir
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