“Índice de letalidade da Covid-19 no Vale do Rio Pardo é um dos menores do estado”, afirma infectologista

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Ontem, o governador Eduardo Leite anunciou que o recurso encaminhado pela região, para reverter a bandeira vermelha, no Distanciamento Controlado, foi indeferido. Agora, a região se mobiliza para encaminhar Plano de Cogestão Regional e seguir com protocolos de bandeira laranja, o que permite o funcionamento do comércio e das indústrias.

Entre os argumentos utilizados pela Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp) para permanecer com protocolos de bandeira laranja estão indicadores de capacidade de atendimento. “Até o momento, o Vale do Rio Pardo não ocupou 50% dos respiradores disponíveis”, destaca o prefeito de Candelária e presidente da Amvarp, Paulo Butzge.

Outro aspecto que tem sido destacado pelos prefeitos da região é a baixa letalidade por coronavírus, conforme apontado pela pesquisa de soroprevalência da Covid-19 do Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale), realizada pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). A partir da segunda etapa de coleta de dados, realizada entre 15 e 18 de agosto, o estudo indicou letalidade estimada em 0,17% na região, em agosto.

O dado considera o número de mortes até o fim da coleta (32), diante da estimativa de que 18.218 pessoas já tiveram contato com o novo coronavírus, na região, somadas as duas análises. O dado caracteriza uma mortalidade de 8,9 a cada 100 mil habitantes.

“Este índice é bem baixo, bem compatível com a realidade da região. O Vale do Rio Pardo tem uma das menores taxas de mortalidade do Rio Grande do Sul. Ela é bem menor do que a letalidade oficial estimada pelo Estado, porque o dado usado para cálculo do governo é apenas de pessoas que procuram atendimento e fazem o teste de coronavírus. Quem não faz exame e tem a doença de forma leve, não está sendo considerado, por isso, leva a um dado alto”, explica o coordenador da pesquisa, professor doutor e médico infectologista Marcelo Carneiro.

De acordo com ele, embora seja difícil definir um fator específico que ajude a explicar isso, o fato de a doença ter chegado mais tardiamente na região é um dos aspectos que pode ser destacado.

Além disso, o médico enfatiza que o “distanciamento também diminui o risco de morte em idosos, que são um público com risco maior, conforme indicado pelos estudos”. Segundo Carneiro, entre 15% e 16% dos idosos “acabam ficando em casa e isso é bom, pois diminui a letalidade”.



Juliana Bencke

Juliana Bencke

Editora de Cadernos, responsável pela coordenação de cadernos especiais, revistas e demais conteúdos publicitários da Folha do Mate

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