Janeiro tem o maior número de mortes por coronavírus em Venâncio Aires

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Apesar de o mês ainda não ter chegado ao fim, janeiro já bateu o recorde do maior número de mortes por Covid-19, em Venâncio Aires, desde o início da pandemia. Na terça-feira, 26, uma mulher de 77 anos, com diabetes e doença cardiovascular, faleceu em decorrência da doença. Ontem, um homem de 55 anos, com doença cardiovascular e obesidade, foi o 40º óbito no município e o oitavo apenas neste mês.

Para a médica infectologista Sandra Knudsen, o aumento de óbitos está relacionado ao crescimento geral de casos, que não se restringe apenas a Venâncio Aires. “Tem nos preocupado muito este dado. Os óbitos aumentaram muito nas cidades ao nosso redor e isso tem relação com o relaxamento dos cuidados da população, com festas de fim de ano, Natal, viagens e praia”, cita a profissional.

De acordo com ela, consequentemente, quando aumentam os casos, acaba-se submetendo a um risco maior de contágio pessoas mais vulneráveis para gravidade da doença, como os idosos e pessoas com comorbidades. “São aquelas que agravam, internam e podem ir a óbito. Isso nos preocupa muito”, alerta. “Todas as pessoas que faleceram tinham pelo menos uma comorbidade”, salienta.

“Persiste o conhecimento que temos desde o início da epidemia, de que morrem, principalmente, aquelas pessoas que têm alguma comorbidade. Aquelas que têm doenças crônicas, são fumantes, obesos, tomam medicamentos ou têm mais de 50 anos. Especialmente essas pessoas precisam ficar atentas e não podem esperar ter falta de ar para procurar atendimento médico.”

SANDRA KNUDSEN – Médica infectologista

A médica observa que há dois tipos de situação que, em geral, têm levado a óbito: há aqueles pacientes que chegam a tempo no hospital, mas têm comorbidades, um organismo muito fragilizado, o que dificulta a reversão do caso; e pessoas que chegam muito tarde e acabam não tendo oportunidade de serem acompanhados por muito tempo ou vão direto para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

“Isso tem acontecido desde o início da pandemia, mas agora parece que tem sido frequente, inclusive com casos de pessoas chegarem na emergência e falecerem em seguida. É muito importante que a população se alerte e procure atendimento médico se estiver com sintomas como tosse, febre ou prostração (cansaço, abatimento) que não passarem em cinco, até sete dias. Não é para esperar falta de ar, se sentir mal, para procurar ajuda”, reforça.



Juliana Bencke

Juliana Bencke

Editora de Cadernos, responsável pela coordenação de cadernos especiais, revistas e demais conteúdos publicitários da Folha do Mate

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