Alguns estados brasileiros já levantam discussões quanto a uma possível liberação no uso de máscaras como fator obrigatório de proteção contra a pandemia, como é o caso do Rio de Janeiro, uma das maiores cidades turísticas do país. O questionamento que abre esta matéria também já é assunto em muitas rodas de conversa. Será que já podemos começar a falar sobre isso?
O diretor da Auditoria do SUS, da Secretaria Estadual de Saúde, Bruno Naundorf, afirma que nesta pandemia, ninguém conseguiu ter certeza de alguma coisa. Uma doença nova atingiu todo o mundo e gerou uma pandemia, que atualmente já tem novas variantes do vírus. Agora, segundo ele, vivemos um momento de maior contágio, porém, com menos gravidade. No estado, Naundorf ressalta que se vive um período de baixa nos números.
Apesar dos números em queda, o diretor destaca que não se pode considerar que tudo esteja sob controle. O uso de máscara é obrigatório desde o inicio da pandemia, em 2020, item essencial de proteção, recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Um lei federal ainda assegura o uso obrigatório dela, com exceção de crianças com menos de 3 anos e pessoas que por algum motivo tenham limitação ao uso.
Internamente, Naundorf relata que profissionais já têm discutido e avaliado sobre possíveis mudanças quanto ao uso da máscara, segundo aspectos técnicos. “Ainda não tem um momento certo para dizer que é a hora de nos libertarmos das máscaras. Por hora, segue sendo obrigatória como medida de proteção a si mesmo e aos outros”, define.
- Há 20 dias, eram em média 1.016 casos diários no Rio Grande do Sul, o que equivale a 1% da população gaúcha. Com queda registrada desde o dia 29 de janeiro, nesta semana, os números são de 652 casos diários em média, ou seja, 0,6% do total de gaúchos.
“Antes de os estados começarem a pensar nesta condição, é preciso esperar uma ordem por parte do Ministério da Saúde.”
BRUNO NAUNDORF
Diretor da Auditoria do SUS, da Secretaria Estadual de Saúde
Infectologista diz que ainda é cedo
A infectologista Sandra Knudsen comenta que é difícil estimar até quando a máscara será obrigatória, visto que o vírus sofre muitas mutações. “Acredito que a liberação será gradual, primeiro em ambientes ao ar livre e, depois, em ambientes fechados.” Sandra afirma que muitas pessoas já não usam o item em espaços abertos, nas ruas e nas práticas de exercícios físicos.
A médica observa que o Brasil pode seguir a mesma conduta que já acontece em muitos países. Na Ásia, por exemplo, as pessoas já usavam máscaras antes da pandemia, quando estavam em ambientes fechados e aglomeradas, principalmente quando se tem alguém com sintomas respiratórios, como tosse e espirro. “É uma forma de respeito com as outras pessoas para protegê-las contra viroses e o vírus da influenza.”
Sandra destaca que os fatores que mais vão influenciar na decisão da maior ou menor obrigação em usar a máscara serão os números de casos ativos, pessoas infectadas, internadas em UTIs e óbitos. Além do número de pessoas vacinadas, que embora ainda possam contrair e transmitir a Covid-19, a carga viral é muito menor. “Quanto mais pessoas vacinadas, menos rígido será o aspecto geral do uso de máscaras.”
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