A campanha de vacinação contra a Covid-19 vai ganhar um grupo muito especial: grávidas e puérperas maiores de 18 anos e sem comorbidades. Mais de 2,5 milhões de mulheres devem ser beneficiadas nessa etapa da imunização. O Ministério da Saúde incluiu esse grupo como prioridade no Programa Nacional de Imunizações na quinta-feira, 8, após análise técnica do perfil de risco-benefício.
“Depois de um debate amplo com pesquisadores em vacinação e ao analisar os dados epidemiológicos da pandemia, houve o entendimento de voltar a vacinar as gestantes sem comorbidades. Não há porquê suspender a vacinação, até porque gestantes que ainda não sabem que estão grávidas recebem a vacina e têm uma evolução satisfatória”, afirmou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em coletiva de imprensa.
O ministro informou que as gestantes que já receberam a primeira dose da AstraZeneca devem completar a imunização com a mesma vacina após o puerpério de 45 dias. Ele também falou sobre a importância de todos os estados e municípios do país seguirem a recomendação do Ministério.
As grávidas e lactantes até 45 dias após o parto serão vacinadas com imunizantes que não contenham vetor viral. Esse é o caso das vacinas Covid-19 da Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan, e do imunizante da farmacêutica da Pfizer, disponível desde abril no Brasil. Será necessário apresentar uma prescrição médica para que a imunização seja realizada.
De acordo com o secretário de Atenção Primária à Saúde (SAPS), Raphael Câmara, destacou a importância da vacinação para esse grupo. “Com as grávidas, é cuidado extremo, excesso de zelo e avaliação risco-benefício. Por isso, os especialistas concluíram que, neste momento, é melhor vacinar todas as grávidas e puérperas com as vacinas que mostram mais segurança”, disse.
Durante a coletiva, a secretária Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite, informou que o Brasil já vacinou mais de 313 mil grávidas. “Dessas 48 mil foram imunizadas com a AstraZeneca, 201 mil com a Pfizer e 63 mil com a Butantan”, comunicou a médica.
O Ministério entende que neste momento o perfil do grupo é altamente favorável à vacinação. O tema foi debatido na Câmara Técnica Assessora em Imunizações da Pasta.
Esse é mais um passo no avanço da campanha de vacinação contra a Covid-19, que já conta com cerca de 144 milhões de doses de imunizantes distribuídos pelo Ministério da Saúde a estados e Distrito Federal. A imunização já era realizada em grávidas e puérperas com comorbidades. São quase 500 mil mulheres nesse grupo.
Campanha de vacinação
Além de gestantes e puérperas, a vacinação contra a Covid-19 também tem entre os grupos prioritários profissionais de saúde, pessoas com mais de 60 anos, povos indígenas, ribeirinhos, quilombolas, forças de segurança e salvamento, Forças Armadas, portuários, aeroportuários, trabalhadores da educação e de transporte coletivo.
Mais de 81,1 milhões de brasileiros já receberam a primeira dose da vacina Covid-19. O número representa cerca de 50% da população vacinável de 160 milhões, ou seja, brasileiros com mais de 18 anos. Todos devem receber pelo menos a primeira dose até setembro.
Fonte: Ministério da Saúde
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