
Venâncio Aires - Em celebração ao Dia do Médico, comemorado neste sábado, 18, a trajetória de profissionais que dedicam a vida a salvar outras vidas ganha destaque. Um dos nomes mais conhecidos e antigos em atuação em Venâncio Aires é o do cardiologista Moacir Emílio Ferreira.
Prestes a completar 51 anos de formação na área, em dezembro, e com quase 49 anos de atuação somente em Venâncio, o profissional relembra um cenário muito diferente do atual quando iniciou o trabalho no município. “Quando comecei, em 1976, havia apenas 10 médicos para uma população de cerca de 38 mil habitantes. Hoje, somos em torno de 150 para cerca de 70 mil habitantes”, compara.
O médico cardiologista destaca as mudanças no formato de atendimento. “Tínhamos que fazer de tudo. Eu atendia clínica geral, o que aparecesse, até um pouco de pediatria, pois não havia especialistas suficientes. Só não fazia cirurgia”, conta. A constante necessidade de atualização o acompanha desde então. “Nesses 51 anos, sinto como se tivesse feito a faculdade de Medicina umas dez vezes. É como pedalar uma bicicleta: se parar, cai. Mas a experiência adquirida ao tratar milhares de pacientes é única e muito valiosa.”
História
A escolha pela Medicina veio ainda aos 14 anos, ao vencer um concurso escolar de redação com o tema ‘Como eu pretendo ser útil à pátria?’. A cardiologia, no entanto, foi motivada pela morte súbita do pai, aos 50 anos, vítima de um problema cardíaco, durante o primeiro ano de Moacir na faculdade. “Isso me marcou muito e, a partir dali, passei a faculdade inteira estudando cardiologia”, relata.
Prevenção como sinônimo de qualidade de vida
“A prevenção, hoje em dia, é a alma da medicina”, afirma o médico cardiologista Moacir Emílio Ferreira. De acordo com ele, começou-se a falar mais em prevenção há cerca de 40 anos. “Peguei uma fase em que isso praticamente não era discutido. Mas a prevenção é fundamental, pois na cardiologia, quase 100% dos casos que me procuram já são de doenças instaladas, que são tratáveis, mas não curáveis.”
O ideal, segundo ele, é que o paciente realize um check-up quando ainda não sente nada. “É nesse momento que conseguimos detectar os chamados fatores de risco e evitar que a pessoa adoeça no futuro”, explica. O cardiologista reforça que não é preciso esperar por sintomas para procurar atendimento, especialmente se houver histórico familiar de doenças cardíacas.
Dores no peito, mesmo que sejam como uma simples pontada, falta de ar progressiva e sintomas como tontura e mal-estar geral são indicativos que merecem investigação. Como prevenção, o médico destaca a prática de exercícios físicos, consumo de alimentos saudáveis, como saladas, e não fumar – hábitos que podem contribuir para evitar complicações.