Número de casos de dengue aumenta em Venâncio e preocupa autoridades

-

Em meio à pandemia de coronavírus, o avanço de outra doença também é motivo de preocupação entre os gaúchos: a dengue. No Rio Grande do Sul, o último boletim epidemiológico, divulgado há uma semana, aponta 1.232 casos – o número é três vezes maior do que o registrado em todo o ano passado. Em Venâncio Aires, até o momento, são nove casos confirmados e outros nove que aguardam resultado da análise.

A eliminação da água parada, onde se reproduz o mosquito Aedes aegypyi, transmissor da dengue, é apontada como a principal forma de conter o avanço da doença. “O principal são as ações caseiras de cuidado. Se cada um fizer sua parte, cuidar do seu canteiro, do terreno baldio, vamos conseguir diminuir o número de mosquitos e evitar a dengue”, ressalta o secretário municipal de Saúde, Ramon Schwengber.

Ele observa que o Aedes se reproduz em locais com pouca água. “Muito provavelmente, essas áreas onde se criam os mosquitos são cobertas. Ele não necessita, necessariamente, de água da chuva, porque precisa de pouca água para se reproduzir”, alerta.

O departamento de combate às endemias reforça a informação e destaca, inclusive, que o Centro é o bairro com mais criadouros do mosquito. “Mesmo sendo um ano de seca, tem bastante mosquito porque tem esses criadouros com água parada”, explica a agente de combate às endemias Rosecleia Braga.

Sem a possibilidade de vistoriar os pátios, por conta das medidas de isolamento social em função da Covid-19, agentes de combate às endemias atuam na entrega de panfletos orientativos (Foto: Eduarda Wenzel/Folha do Mate)

Para os agentes, agora que muitas pessoas estão de reguardo em casa, seria o momento ideal para fazer uma limpeza no pátio. “Somos apenas quatro agentes, contamos muito com a ajuda dos agentes de saúde, mas mesmo assim precisamos que a população colabore. Se cada um tirar dez minutos para olhar e limpar o pátio, já ajuda a evitar água parada”, destaca o agente Sandro Brito.

O município é considerado infestado por Aedes aegypti desde o ano passado. Por isso, os agentes de combate às endemias não fazem mais coleta de larvas nas residências. Esse procedimento é realizado apenas nos 31 pontos estratégicos, a cada 15 dias.

PROCEDIMENTOS

Conforme a agente Rosecleia Braga, desde que o governo declarou estado de calamidade em função da pandemia da Covid-19, os agentes não podem mais entrar na casa das pessoas para fazer as vistorias, só entregar panfletos no portão. “Está complicado, porque as pessoas não olham os panfletos, muitas vezes pegam e colocam no lixo. Quando dava para entrar podíamos olhar e orientar diretamente cada caso”, observa.

Quando se confirma algum caso, um agente vai até o local que esse pessoa reside e entrega orientações em uma área de 300 metros, pois é a médio do raio que o mosquito pode voar. “Mais do que orientar, no momento, não podemos fazer”, lamenta Rosecleia.

De acordo com o secretário de Saúde, o Município está realizando a compra de um aparelho de pulverização e de BTI natural – um larvicida biológico – para aplicação nas proximidades das residências onde foram confirmados casos de dengue. “Utilizamos um larvicida biológico, pois não é indicação do Ministério da Saúde, nem mesmo do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) que se use inseticida para combater a doença”, esclarece.

Febre alta está entre os sintomas de dengue (Foto: Pexels/Divulgação)

CASOS EM VENÂNCIO E SINTOMAS

– Em uma semana, o número de casos de dengue confirmados em Venâncio subiu de dois para nove. Além disso, outros nove aguardam resultado do exame e nove tiveram resultado negativo. Em todo o ano passado, foram registrados três casos no município.

– De acordo com a Assessoria de Comunicação e Marketing da Prefeitura, todos os pacientes estão bem e monitorados pela Vigilância Epidemiológica.

– Entre os sintomas da doença estão febre alta de início súbito (acima de 38.5º), com duração máxima de sete dias, acompanhada de dor de cabeça, dor no fundo dos olhos, dor muscular ou nas articulações, fraqueza ou exantema (erupção cutânea), podendo apresentar ainda sangramentos.

– Quem apresentar os sintomas deve procurar a unidade de saúde mais próxima da sua casa para realizar uma consulta médica e o teste para a doença.

– Na maioria dos casos, a dengue tem cura espontânea depois de 10 dias. A principal complicação é o choque hemorrágico, que é quando se perde cerca de um litro de sangue, o que faz com que o coração perca capacidade de bombear o sangue necessário para todo o corpo, levando a problemas graves em vários órgãos e colocando a vida da pessoa em risco.

– Existem quatro tipos de vírus de dengue (sorotipos 1, 2, 3 e 4). Cada pessoa pode ter os quatro sorotipos da doença, mas a infecção por um sorotipo gera imunidade permanente para ele.

– Todas as faixas etárias são suscetíveis à doença, mas as pessoas mais velhas têm maior risco de desenvolver dengue grave e outras complicações que podem levar à morte. O risco aumenta quando a pessoa tem alguma doença crônica, como diabetes e hipertensão, mesmo tratada.

Colaboração: Eduarda Wenzel



Juliana Bencke

Juliana Bencke

Editora de Cadernos, responsável pela coordenação de cadernos especiais, revistas e demais conteúdos publicitários da Folha do Mate

Clique Aqui para ver o autor

    

Destaques

Últimas

Exclusivo Assinantes

Template being used: /var/www/html/wp-content/plugins/td-cloud-library/wp_templates/tdb_view_single.php
error: Conteúdo protegido