Por Carlos Dickow e Juliana Bencke
O boletim epidemiológico divulgado na tarde desta sexta-feira, 16, trouxe a informação de mais 15 casos confirmados de coronavírus em Venâncio Aires. Assim, a 66ª semana de pandemia na Capital do Chimarrão encerrou com 79 novas confirmações, o menor número para um período de sete dias desde a 32ª semana, entre os dias 16 e 22 de novembro do ano passado, que também teve registro de 79 casos. A atual semana considera, ainda, sábado e domingo, mas a Prefeitura não divulga boletins nos fins de semana.
A tendência de queda nos casos, internações e óbitos em decorrência da doença vem se confirmando nas últimas semanas, como já era esperado. O avanço na vacinação é apontado como principal fator para os resultados menos preocupantes. No entanto, a orientação segue a mesma: lavar as mãos com álcool em gel, usar máscara e manter o distanciamento social. Dos 15 novos casos desta sexta-feira, 13 foram detectados por meio de testes antígenos e dois por RT-PCR. Não houve mortes nas últimas 24 horas pela Covid.
O número de infectados subiu para 9.991 e, deste total, 9.793 pessoas são consideradas recuperadas, um percentual de 98%. Há 53 casos ativos, cujos pacientes se recuperam em domicílio. Internações são 16, nove na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e mais sete no Setor Covid-19 do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM). Aguardam resultados de exames cujas amostras foram encaminhadas ao Laboratório Central do Estado (Lacen) 47 pacientes. Desde o começo da pandemia, Venâncio Aires já registrou 129 mortes.
Saiba mais
• 31 mil pessoas já receberam a primeira dose da vacina, chegando a 61,14% do público-alvo da campanha.
Projeção confirmada
O prefeito de Venâncio Aires, Jarbas da Rosa, diz que realmente foi observada a redução no número de novos casos de Covid-19 nesta semana, “tanto em leitos de UTI, quando no Setor Covid”. Jarbas salienta que foi justamente com base nesta projeção de abrandamento da pandemia que a decisão de fechar a Unidade de Terapia Intensiva 3 (UTI 3) foi tomada, em conjunto entre a Administração e a direção do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM). “A partir da extinção destes cinco leitos de UTI, vamos ampliar os atendimentos ambulatoriais e de traumatologia, bem como aumentar as consultas e retomar as cirurgias eletivas”, afirma.
De acordo com o chefe do Executivo, haverá atenção especial aos procedimentos gerais, que estão represados desde o ano passado. “Nosso objetivo é fazer uma força-tarefa de agosto até dezembro. Nesta semana, após reunião com os prefeitos da Amvarp, já tínhamos encaminhado flexibilizações de vários setores, principalmente aqueles relacionados com eventos, bares, restaurantes, lanchonetes e quadras esportivas”, comenta. Jarbas ressalta que, agora, os estabelecimentos podem receber até 50% da capacidade estipulada pelo Plano de Prevenção e Combate a Incêndio (PPCI). E os horários podem se estender até à meia-noite.
“Dentro de um planejamento de médio a longo prazo, contando com o avanço da imunização, acreditamos que será possível evoluir cada vez mais em relação às flexibilizações.”
JARBAS DA ROSA – Prefeito de Venâncio Aires
Vacina a partir dos 31 anos neste sábado
• Pessoas com mais de 31 anos poderão se vacinar, neste sábado, 17, contra a Covid-19. A aplicação das doses ocorre por sistema drive-thru, no Parque Municipal do Chimarrão, das 8h às 12h. Depois de uma semana sem receber vacinas para primeira dose, uma remessa de mil doses chegou ao Município na sexta-feira, 16, para iniciar a imunização desta faixa etária.
• Para receber a vacina, é preciso apresentar carteira de vacinação, cartão do Sistema Único de Saúde (SUS) e documento de identidade. Também haverá um ponto de recolhimento de alimentos da campanha Vacinação Solidária.
• Com a orientação do Governo do Estado em diminuir o intervalo entre as duas doses da vacina AstraZeneca, o município começa, na próxima semana, a antecipação das vacinas para quem teria a dose dois marcada entre os dias 19 e 30 de julho.
• Para estas pessoas, a segunda dose será disponibilizada entre segunda e quarta-feira, dias 19 a 21, das 8h às 14h, no Pavilhão São Sebastião Mártir, ou das 17h às 20h, na Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro Gressler.
Queda de casos é reflexo da vacinação
A médica infectologista Sandra Kundsen afirma que o cenário enfrentado, hoje, pelos profissionais da saúde, é bem diferente do que o de quatro meses atrás, quando o Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) precisou fechar o Pronto Atendimento (PA), ampliou leitos de UTI para atender pacientes com Covid-19 e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) passou a internar pacientes. “Continuamos recebendo casos e alguns muito graves, mas em número consideravelmente menor. Temos conseguido levar o paciente à UTI de forma mais tranquila, pois temos menos pacientes concorrendo a essas vagas”, comenta.
Ela reforça, no entanto, que o alerta para a doença permanece. “É fundamental que, a qualquer sintoma respiratório, a pessoa faça o teste e fique alerta à febre e à saturação. Todo paciente com Covid precisa ser monitorado”, enfatiza.
Para Sandra, a redução no número de novos casos de Covid, de consultas e internações no hospital está diretamente ligada com o avanço da vacinação no município. “É nítido, à medida que vai evoluindo a vacinação dos grupos etários, há uma redução de casos nessa população. Mas ainda precisamos evoluir, vacinar todo mundo. Só vamos conseguir controlar a circulação do vírus com a vacinação de toda a população”, reforça.
“A minha orientação é que todos façam a vacina. Infelizmente, ainda recebemos no hospital pacientes que já deveriam ter feito a vacina, por serem idosos ou com fatores de risco, que não fizeram nenhuma dose. É uma pena ver um paciente internado em UTI, com ventilação mecânica, por uma doença que, no momento, já poderia ser prevenível por vacina, mas a pessoa perdeu a oportunidade de se imunizar.”
SANDRA KNUDSEN – Médica infectologista
Variante preocupa
De acordo com a profissional, apesar da boa perspectiva para os próximos meses, o surgimento das variantes do vírus, como a Delta, preocupa. “O risco é que uma dessas mutações façam com que o vírus ‘escape’ das vacinas, aí sim, corremos o risco de um aumento, novamente. Por isso é importante que toda população se vacine, para que o vírus pare de circular”, esclarece.
Ela lembra que a vacina não é 100% eficaz para impedir óbito ou doença grave, mas reduz muito a chance de isso acontecer. “Há um reflexo muito grande, conforme estamos vendo. A minha orientação e de que todos façam a vacina.”
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