Número de tomografias de tórax dispara

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Em virtude de oferecer um diagnóstico mais completo sobre a situação do paciente e ser utilizada com frequência para detecção dos problemas causados pela Covid, a tomografia de tórax teve um aumento exponencial. O técnico em Radiologia, Bruno Silveira Cassariego, comenta que, em 2020, o Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI) do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) realizou 75 procedimentos. Em 2021, o terceiro mês do ano nem chegou ao fim e já são 640 tomografias feitas. O percentual de incremento ultrapassa os 850%.

A majoração também é percebida quando são comparados janeiro e fevereiro de 2021 e os mesmos períodos do ano passado. Em janeiro deste ano, foram 729 exames (325 em pacientes que estavam internados na casa de saúde), contra 379 em 2020 (48 internados). Em fevereiro de 2021, o número de tomografias chegou a 817 (522 internados), enquanto que no mesmo mês do ano passado foram 404 procedimentos (61 internados). Cassariego ressalta que a procura por exames de raio-x – outro exame que colabora no diagnóstico de problemas do coronavírus – não se acentuou, justamente pelo crescimento do número de tomografias. “A tomografia é mais detalhada, consegue dar uma direção melhor ao tratamento”, esclarece o profissional.

O técnico em Radiologia observa que desde o início da pandemia há uma crescente na procura, mas no mês de dezembro de 2020 houve queda. Ele acredita que isso tenha relação com as festas de fim de ano, pois as pessoas deixaram um pouco de lado as preocupações com a doença. “Percebemos que, com as novas variantes, o perfil do paciente mudou um pouco. Ano passado eram os idosos e pessoas com comorbidades que mais apresentavam lesões ao fazer os exames. Agora são pessoas de todas as idades. Às vezes, nos apavoramos com a quantidade de lesão em uma pessoa de 30 ou 40 anos. Isso nos preocupa muito”, salienta.

Por conta disso, Cassariego reforça a necessidade de, logo que positivar, ou até mesmo suspeitar, encaminhar o exame, para acompanhar a evolução do vírus. “Vimos pessoas que estavam com a doença, tinham alguns sintomas mais leves e ficaram em casa. Do nada, apresentaram piora, foram ao hospital e não saíram mais. Se tivessem feito a tomografia, poderiam ter se tratado antes, pois apareceriam as lesões”, argumenta.

ÚNICO TOMÓGRAFO

O CDI de Venâncio Aires conta apenas com um tomógrafo de 16 canais. O equipamento passa por manutenções preventivas, que acontecem bimestralmente, e está apto a atender uma grande demanda de exames. “Atrelado a isso temos toda nossa rotina interna de protocolos e cuidados para otimizar a máquina da melhor maneira possível”, explica o gerente administrativo do Hospital São Sebastião Mártir, Jonas Kunrath.

Esse tomógrafo é único no município e, além de atender a população externa, é utilizado pelo hospital diariamente. Um paciente com Covid-19 faz, em média, uma tomografia por semana, dependendo do caso. Já o exame de raio x é feito diariamente em pacientes da Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Parte da equipe do Centro de Diagnostico por Imagem (CDI) de Venâncio Aires
Parte da equipe do Centro de Diagnostico por Imagem (CDI) de Venâncio Aires (Foto: Eduarda Wenzel/ Folha do Mate)

ATENDIMENTO

Nessa fase de pico do coronavírus, o Centro de Diagnóstico por Imagem ampliou a agenda de exames. Foram organizados três horários ao longo do dia: início da manhã, das 7h30min às 8h; depois das 10h30min às 13h; e no início da noite, depois das 18h. São momentos dedicados apenas para tomografias de tórax de casos de Covid-19 externos, de pacientes que não estão internados no hospital.

Além disso, Cassariego comenta que em dois sábados já houve atendimento para esses pacientes externos de coronavírus, pela necessidade do exame. “No meio disso ainda atendemos internamente o hospital. É uma demanda pesada, mas necessária, pois muitas pessoas são orientadas a fazer o exame quando consultam no Centro Respiratório”, explica o técnico. Ele também expõe que a cada paciente é demandado um tempo para troca de paramentos e limpeza da sala.

Raio-x

• Outro exame essencial e que manteve a procura alta no último ano foi o raio-x. Em janeiro e fevereiro do ano passado, foram 2.196 e 1.863 procedimentos, respectivamente. Desses, em janeiro, 758 foram de pacientes internados e, em fevereiro, foram 667 de pacientes do hospital. Já em 2021, janeiro somou 2.090 exames aplicados, sendo 869 de pacientes internados, e fevereiro teve 1.897, 862 deles em pessoas internadas.

“Estamos em crescente na procura pela tomografia desde o início da pandemia. Mas, agora no pico, consequentemente isso aumentou. E o que nos resta é fazer o que todos já sabem há um ano: se cuidar, evitar aglomeração, fazer a higiene e tudo que aprendemos e, aos poucos, muitos esqueceram.”

BRUNO SILVEIRA CASSARIEGO
Técnico em Radiologia

A técnica em Enfermagem Leide Aiane e o técnico de Radiologia Bruno Silveira Cassariego realizam as tomografias
A técnica em Enfermagem Leide Aiane e o técnico de Radiologia Bruno Silveira Cassariego realizam as tomografias (Foto: Eduarda Wenzel/ Folha do Mate)
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era a média de tomografias de tórax feitas por mês no Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI) do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) em 2019.

Exames

Tomografia de tórax
Mês 2020 – 2021
Janeiro 379 – 729
Fevereiro 404 – 817
Março 75 – 640 (até o dia 21)

Raio-x de tórax
Mês 2020 – 2021
Janeiro 2.196 – 2.090
Fevereiro 1.863 – 1.897

 

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