O uso do protetor solar para prevenir os cânceres de pele

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Com a chegada dos dias mais quentes e do verão, o cuidado com os raios solares, que já deve acontecer o ano todo, precisa ser aumentado. Neste mês, ocorre o Dezembro Laranja, criado em 2014 pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, em alusão à Campanha Nacional de Prevenção do Câncer de Pele.

A dermatologista Luiza Metzdorf explica que o uso do protetor ou filtro solar é a principal forma de proteção para evitar os efeitos danosos da radiação ultravioleta na pele. “Ele deve ser o principal e mais importante passo em qualquer rotina de skincare”, afirma. A médica lembra também que os efeitos do sol são cumulativos, o que significa que os danos ao DNA apresentam consequências até anos depois.

Sobre os tipos de filtro solar, ela destaca que existem os físicos e químicos. Os físicos refletem e dispersam a radiação solar e os químicos absorvem a radiação e a transformam em energia. Luiza ressalta que a maioria dos filtros disponíveis no mercado são químicos ou combinados, mas existem algumas opções de filtros exclusivamente físicos. “O uso do filtro solar deve ser diário, pois mesmo em dias não ensolarados, existe a emissão de radiação ultravioleta e possibilidade de dano solar na pele”, ressalta.

O recomendado, segundo a dermatologista, é utilizar filtros solares de amplo espectro, ou seja, com proteção ultravioleta B (UVB) de, no mínimo, fator de proteção solar 30, e ultravioleta A (UVA), de parâmetro de proteção (PPD) de, no mínimo, 10. Se possível, também recomenda-se o uso de filtros que contenham óxido de ferro na composição, encontrado nos filtros solares com cor, que protegem contra a luz visível.

A idade preconizada para início do uso do filtro solar é de seis meses. Além disso, outras formas de proteção solar incluem o uso de chapéus, bonés, roupas – algumas, inclusive, contam com fator de proteção ultravioleta – e óculos de sol. Também é preciso evitar a exposição solar em horários como fim da manhã e início da tarde.

Câncer de pele

Luiza, que é mestre em Ciências da Saúde, explica que os cânceres de pele são causados pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Ela lembra que o tipo mais comum é o carcinoma basocelular, seguido do carcinoma espinocelular e do melanoma, sendo este último mais agressivo e com maior potencial de disseminação para outros órgãos.

Para ajudar no diagnóstico de manchas de pele, os profissionais usam o chamado ABCDE do melanoma. A dermatologista evidencia fatores que devem ter atenção, como assimetria (A), bordas irregulares (B), coloração (C, mais de uma cor), diâmetro (D, maior que seis milímetros), evolução (E, aumento progressivo ou mudança da lesão).

Luiza, que é professora de Medicina da Unisc e Univates, destaca que o acrônimo não serve para todos os tipos de câncer de pele e, por isso, o ideal é sempre procurar um dermatologista para avaliação e dermatoscopia das lesões suspeitas. Os grupos de maior risco são pessoas de pele clara, com sardas e pintas, cabelos claros ou ruivos e olhos claros.

Como aplicar o protetor solar

  • A dermatologista Luiza Metzdorf comenta que existe uma técnica simples que pode servir como guia para aplicação e protetor solar, que é a regra da colher de chá.
  • Ela preconiza a aplicação do equivalente a uma colher de chá para cabeça e pescoço, duas colheres de chá para tronco anterior e posterior, uma colher de chá para cada membro superior e duas colheres de chá para cada membro inferior.
  • A frequência de aplicação vai depender do fator de proteção usado, do tipo de filtro e do grau de exposição solar, mas em média o ideal é reaplicar a cada duas a quatro horas, no máximo.
  • No dia a dia, é importante fazer uso de filtro solar em todas as áreas do corpo que estiverem expostas, ou seja, não cobertas pelas roupas.
  • 33% – É a porcentagem de diagnósticos que corresponde ao câncer de pele no Brasil, o tipo de câncer mais frequente no país. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) registra, a cada ano, cerca de 185 mil novos casos e o Rio Grande do Sul está entre os estados brasileiros com maior incidência de câncer de pele.


Luana Schweikart

Luana Schweikart

Jornalista formada pela Unisc - Universidade de Santa Cruz do Sul. Repórter do Jornal Folha do Mate e da Rádio Terra FM

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