Neste mês, mais especificamente no dia 18 de junho, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Venâncio Aires, localizada no bairro Cruzeiro, completou oito anos. Desde a inauguração, a UPA passou a prestar um dos atendimentos mais primordiais na rede de saúde, principalmente durante a pandemia de Covid-19.
O superintendente administrativo da unidade, Rodrigo da Silva, afirma que o espaço se transformou na principal porta de entrada de atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS) no município. “A UPA ganhou mais representatividade efetiva a cada ano, ainda mais, depois da Covid-19. Durante a pandemia, a população pôde ver a importância deste atendimento, que se não estivesse disponível, não sei o que poderia ter acontecido.”
Silva enfatiza que, com o passar destes oito anos, a unidade ganhou mais volume de atendimentos e o nível de complexidade também aumentou. “A grande maioria (dos pacientes) que vem é de baixa complexidade, mas, se for preciso, temos condições de atender as complicações maiores também”, ressalta.
O reconhecimento maior nestes oito anos, segundo o superintendente, é para quem atua na unidade, que diariamente fica exposto e está na linha de frente, atendendo um grande número de pessoas. “A pressão de trabalhar aqui é grande. Ficamos descontentes quando não conseguimos dar qualidade no atendimento, pois aqui ninguém fica parado”, diz. O objetivo da equipe é garantir um atendimento de qualidade a ponto de se equiparar ao particular.
“Um único atendimento envolve muitos setores e equipes, e todos estamos interligados. Uma só pessoa gera muitos atendimentos, é diferente de um consultório particular ou unidade de saúde. Aqui, vários procedimentos ocorrem de forma simultânea.”
RODRIGO DA SILVA
Superintendente administrativo da UPA
- O contrato de manutenção geral da UPA aprovado neste ano é de R$ 708.538,36 mensais de custo para o Município, envolvendo pessoal, funcionamento, horas dos médicos, prédios e veículos.
Atendimentos da UPA por ano
• 2014 – 22.736 atendimentos (em 6 meses de funcionamento)
• 2015 – 42.900 atendimentos
• 2016 – 47.670 atendimentos
• 2017 – 53.030 atendimentos
• 2018 – 55.287 atendimentos
• 2019 – 54.957 atendimentos
• 2020 – 45.329 atendimentos (ano de início da pandemia, quando circularam menos pacientes, diminuindo a procura dos atendimentos mais simples)
• 2021 – 58.230 atendimentos (ainda com reflexos da pandemia, mas já com vacina e menos restrições de circulação)
• 2022 – 32.980 atendimentos até maio (são cinco meses de atendimento e, se a média for mantida, o número deve chegar perto de 80 mil atendimentos neste ano)
- 75% dos atendimentos são consultas normais e pouco urgentes (cores azul e verde); 19% são urgentes (cor amarela); 4% são muito urgentes (cor laranja); e 2% são de emergência (cor vermelha).
Escala
• Rodrigo da Silva explica que inicialmente a escala de médicos era formada por dois profissionais durante o dia e dois à noite. Porém, desde setembro de 2021, passaram a ser três médicos disponíveis durante o dia (de segunda a sexta).
• Atualmente, desde o dia 1º de junho, a UPA dispõe de três médicos de dia e dois à noite, nos sete dias da semana, além de um médico de reforço das 10h às 22h durante a semana, devido ao elevado fluxo de atendimentos nos últimos meses. Também desde o início de junho atuam seis técnicos em Enfermagem e três enfermeiros a mais.
Quem faz parte desta caminhada
Entre as pessoas que atuam na equipe da UPA, quatro delas merecem evidência, pois estão desde a inauguração trabalhando na unidade. Um delas é a técnica em Enfermagem Marta Fernanda Kaufmann, 42 anos. Para ela, a maior mudança neste tempo foi o aumento significativo da demanda. Mas, independente de tudo, o amor pelo trabalho é grande e ela não se vê em outro lugar. “Gosto da equipe, da estrutura e do trabalho que faço aqui.” Os pacientes que passam por punção, coleta para exames, curativo e medicação, são atendidos por ela. “A unidade em si cresceu muito também, e cada vez aprendemos mais.”
Joelma Teresinha de Oliveira Marques, 43 anos, também faz parte dos oito anos da UPA. Ela atua na higienização, uma parte importante para o funcionamento da unidade. Joelma limpa desde o chão até os leitos dos pacientes. “Tem dias que higienizo o mesmo leito por duas ou três vezes.” Para Joelma, o que mais evoluiu foi a procura da população pelos atendimentos da unidade.
Ana Paula Sasse, 33 anos, é a coordenadora de Enfermagem da unidade. É ela quem coordena toda a equipe de enfermeiros e técnicos. E Rosane Gabrieli Martins, 33 anos, fecha o time das colaboradoras que estão há oito anos na UPA. Ela é uma das recepcionistas. “Gosto bastante de poder acolher os pacientes. Um bom acolhimento faz toda a diferença.” Durante a pandemia, as trabalhadoras mencionam que foi triste e anormal, além de muitas vezes acabarem levando fatos do trabalho para casa, pois o momento mexeu muito com o emocional de cada um da equipe.
- 200 é o número aproximado de atendimentos diários da UPA. Mais da metade passa por pessoas como Marta, Joelma, Ana Paula e Rosane.
Redução no tempo de espera e ampliação de atendimentos
Um mês após a implantação do novo fluxo de atendimento e contratação de mais médicos para a UPA 24 horas, gestores da saúde de Venâncio Aires voltaram a se reunir para reavaliar o serviço. Em encontro junto ao Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), foram analisados os números do mês de maio para acompanhar a evolução dos atendimentos, resolutividade, encaminhamentos e tempo de espera dos pacientes. Apesar do grande número de atendimentos, o tempo médio de espera diminuiu em aproximadamente uma hora.
Com picos de atendimentos comprovados das 7h às 19h, a Administração Municipal aportou recursos para contratação de mais profissionais e dobrou o número de médicos nesse horário. Também abriu um novo consultório médico no setor destinado a pacientes com classificação amarela, com fluxo de entrada diferenciado.
Apenas no mês de maio, a UPA venâncio-airense registrou 6.846 atendimentos, uma média de 220 por dia. No mesmo período foram mais de 8.674 procedimentos de enfermagem e apenas 114 encaminhamentos ao hospital, o que comprova a resolutividade do serviço na UPA. A média de espera por atendimento, no entanto, chegou a 1 hora e 25 minutos no mês de maio. Com a implantação das mudanças, no mês de junho, o tempo médio de espera, até segunda-feira, 27, caiu para apenas 23 minutos. “Estamos acompanhando essa melhora diretamente com os usuários. Não se trata apenas de mais profissionais, mas de todo um trabalho para avaliar o atendimento e alterar esse fluxo. É importante este acompanhamento mensal e o estabelecimento de metas para melhoria da UPA e do hospital”, destaca o prefeito Jarbas da Rosa. (Fonte: AI Prefeitura)