Ocorre neste sábado e domingo a terceira e penúltima fase da coleta de dados da pesquisa que apura a soroprevalência do coronavírus na região. O estudo do Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale), realizado pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), abrange 14 municípios.
Além de identificar a incidência da Covid-19, a pesquisa apresenta uma análise detalhada do cenário da pandemia na região. “Todos os entrevistados respondem um questionário que nos ajuda a criar um conjunto de informações que serão úteis, posteriormente, na direção de pensarmos planos de retomada, bem como os efeitos da pandemia no que se refere à renda, aos empregos que foram perdidos, dentre outros quesitos”, explica o integrante da equipe técnica da pesquisa, Camilo Darsie, doutor em Educação e pós-doutor em Saúde Coletiva.
“O desenvolvimento da pandemia é imprevisível. No entanto, quanto mais informações, melhores serão as chances de restabelecer dinâmicas que foram prejudicadas. Nessa direção, a pesquisa é muito positiva, pois nos mostra como podemos reverter e transformar esses impactos em oportunidades no futuro.”
CAMILO DARSIE – Pós-doutor em Saúde Coletiva
A doutora em Saúde Coletiva e professora da Unisc, Ana Paula Helfer Schneider, que também integrante da equipe técnica da pesquisa, afirma que a pesquisa está trazendo dados sociais de extrema relevância e que precisam ser explorados, além dos relacionados à saúde.
“Sobretudo, sobre o comportamento dos entrevistados para que se possa entender o impacto da pandemia em suas vidas e como isso pode ser trabalhado”, destaca. A pesquisa conta com apoio da Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp) e da Philip Morris Brasil.
Resultados da segunda etapa da pesquisa sobre prevalência da Covid-19
- Total de testes e questionários aplicados: 1.063
- Testes com anticorpos presentes (IgM e/ou IgG): 23
61,5% dos entrevistados conseguem fazer o distanciamento social (64% entre as mulheres e 36% entre os homens) - 97,2% utilizam máscara ao sair de casa
- 62% saem apenas para atividades essenciais
- 5,3% tiveram algum morador do domicílio que perdeu emprego
- 18,8% relataram suspensão do contrato ou redução da jornada de trabalho
- 65,1% dos entrevistados recebem menos de 3 salários mínimos
- 5,6% procuraram atendimento médico nos últimos 30 dias por suspeita de Covid-19
- 50% dos entrevistados com resultado positivo relataram pelo menos um sintoma (coriza, dor de cabeça, tosse e dor no corpo foram os mais citados).