Embora muitas pessoas ainda procurem o dentista apenas em situações de dor, quando os tratamentos tendem a ser mais caros e desconfortáveis, a prevenção tem sido um dos principais pilares da odontologia atual. “Felizmente, grande parte das pessoas já busca o dentista para prevenção e tratamentos estéticos dentários e faciais. Outro motivo bastante comum é a busca por correção das posições dentárias através dos tratamentos ortodônticos”, observa o cirurgião-dentista André Weizenmann.
Formado em 2002 pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o profissional é especialista em Ortodontia e Harmonização Facial e também atua nas áreas de cirurgia, prótese, estética dentária e prevenção. Na avaliação dele, os cuidados estéticos foram a grande transformação da odontologia nas últimas décadas. “Para uma parcela da população, a odontologia deixou de ser apenas um campo voltado a restaurações ou extrações e passou a contribuir para a melhora da autoestima por meio de tratamentos estéticos avançados. Muitos adultos, por exemplo, nunca tiveram cáries ou dores de dente, mas buscam o consultório por motivos estéticos.” Na entrevista a seguir, Weizenmann aborda questões relacionadas à saúde bucal.
Quando procurar o dentista?
André Weizenmann: Um dos grandes pilares da odontologia atual é a prevenção. Cada vez mais cedo as pessoas têm acesso ao dentista — idealmente ainda no período gestacional — quando podemos orientar os pais sobre a higiene oral dos bebês e, antes disso, sobre os cuidados bucais da gestante, tema que ainda envolve alguns mitos e receios infundados. O bebê pode e deve ser levado ao odontopediatra nos primeiros meses para avaliação e novas orientações.
Qual a importância de cuidar da saúde bucal?
Hoje vivemos mais — e também queremos viver melhor. Muitas vezes a importância da saúde só é percebida quando ela é perdida. Cuidar da saúde bucal é, portanto, cuidar de si mesmo, visando qualidade de vida. Vivemos um momento em que os implantes dentários devolvem a mastigação e o bem-estar, e é provável que, no futuro, os procedimentos sejam cada vez mais preventivos e menos curativos.
Quais hábitos as pessoas precisam incorporar na rotina?
As recomendações básicas continuam as mesmas: uso diário do fio dental, escova de dentes macia e consultas periódicas de prevenção com o dentista. O simples e eficiente deve ser mantido.
A partir de que idade é preciso cuidar dos dentes?
O cuidado ideal começa antes mesmo do aparecimento dos dentes. Cada fase possui suas particularidades: nos primeiros anos, a criança aprende sobre a própria higiene; na infância e adolescência, o foco é evitar cáries e consolidar bons hábitos; já na fase adulta e na maturidade, além desses cuidados, é importante atentar-se aos tecidos de suporte — gengiva e osso —, garantindo a integridade dos dentes por toda a vida.
A sociedade está mais consciente em relação à prevenção e saúde bucal? No que precisamos avançar?
Avançamos muito nas últimas décadas: métodos de prevenção mais precisos, tratamentos mais conservadores, maior conscientização populacional e políticas públicas voltadas ao acesso à odontologia. A ciência evoluiu e a odontologia acompanhou. A população está mais informada e interessada em se cuidar. Zerar as doenças bucais ainda é uma utopia, mas, como disse Eduardo Galeano, “é para isso que servem as utopias: para nos fazer caminhar”.
Uniodonto conta com 25 dentistas cooperados em Venâncio
O cirurgião-dentista André Weizenmann é um dos 25 profissionais de Venâncio Aires cooperados da Uniodonto VTRP – Cooperativa de Planos Odontológicos nos Vales do Taquari e Rio Pardo. Ele integra a entidade há mais de duas décadas e, nos últimos anos, atua como conselheiro da diretoria.
“A Uniodonto tem sido fundamental tanto para os profissionais quanto para a população. O sistema possibilita uma ampla demanda de consultas aos colegas e garante atendimento de qualidade aos pacientes. Por ser um sistema nacional, o participante tem a segurança de ser atendido em qualquer lugar do Brasil. A odontologia evoluiu e a Uniodonto soube acompanhar essa evolução”, comenta.
A cooperativa tem 53 anos de história. Nos Vales do Taquari e Rio Pardo, tem em torno de 18 mil usuários.
Editora de Cadernos
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