Procedimentos de traumatologia de alta complexidade chegam a quatro anos de espera

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Desde o início da pandemia de Covid-19, a área da saúde concentrou todas as forças de capacidade e profissionais para atender às demandas originadas pelo vírus. Com isso, um dos nichos que acabou estagnando foi o das cirurgias eletivas, aquelas que não têm urgência ou emergência de serem feitas. Dessa maneira, a fila de espera estancou e, praticamente, nenhum paciente foi atendido.

Agora, em um período considerado de pós-pandemia, a fila retornou a andar e os pacientes voltaram a ser atendidos para serem submetidos aos procedimento necessários. No entanto, ainda há um reflexo negativo desta grande espera, que acumulou muitas pessoas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O secretário de Saúde de Venâncio Aires, Tiago Quintana, explica que as cirurgias de traumatologia de alta complexidade são os procedimentos regulados pelo Estado que mais estão demorando. Há pessoas esperando há mais de quatro anos. Por mês, são fornecidas pelo Governo do Estado a cota de quatro cirurgias para Venâncio Aires, que são feitas no município de Santa Cruz do Sul, no Hospital Santa Cruz. São exemplos destas cirurgias aquelas que precisam de próteses, como no quadril e joelho.

Já as cirurgias traumatológicas de média complexidade não têm fila de espera e são feitas no Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), em Venâncio Aires. Exemplos deste tipo de cirurgia acontecem quando uma pessoa quebra um braço ou outro membro e precisa do procedimento para reparo. “Mesmo em casos sem urgência, esta cirurgia é feita de imediato, sem filas”, reforça, o secretário.

Mutirão

Quintana, juntamente com lideranças das demais cidades da região, está planejando e organizando um mutirão para dar andamento a mais casos que precisam de uma cirurgia de traumatologia de alta complexidade. Ainda não se tem certeza de que o mutirão dará certo, mas segue o processo de trabalho. “Vamos nos reunir novamente neste mês. Esperamos que, já com orçamentos que os hospitais vão nos passar em mãos, possamos ver os próximos passos. No momento, aguardamos esse retorno das casas de saúde para vermos quais demonstram interesse e capacidade em realizar as cirurgias.”

A intenção, inclusive, é de que algumas cirurgias sejam feitas também no HSSM. Um orçamento foi solicitado ao hospital. O mutirão de traumatologia tem o objetivo de fazer uma fila regional que será respeitada pelos municípios, já que é o Estado quem faz o procedimento. A ideia é envolver todos os municípios da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) e o Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale), que já participa do planejamento.

  • 150 é o número de pessoas que aguardam uma cirurgia de traumatologia de alta complexidade em Venâncio Aires.

Cirurgias gerais têm espera de um ano

Em Venâncio Aires, segundo o secretário de Saúde, Tiago Quintana, a maior espera – que antes era de dois anos e agora é na média de um ano – hoje é para aquelas cirurgias chamadas gerais, como por exemplo a colecistectomia, que é a retirada da vesícula biliar, decorrente ou não de pedras na vesícula, hérnias e outros procedimentos mais simples. “A ideia é fazer um quantitativo cada vez maior, comprar mais vagas aqui com o hospital e diminuir ainda mais o tempo.”

De acordo com a chefe de Departamento Técnico e Administrativo de Saúde, Leonice Horbach França, esta fila é regulada pela Secretaria Municipal de Saúde e a lista completa de espera pode ser conferida no portal da transparência da Prefeitura de Venâncio Aires. Todas as cirurgias são realizadas no Hospital São Sebastião Mártir (HSSM).

  • 600 é o número total de pessoas na fila de espera por cirurgias – destas, 400 são para cirurgias gerais.


Luana Schweikart

Luana Schweikart

Jornalista formada pela Unisc - Universidade de Santa Cruz do Sul. Repórter do Jornal Folha do Mate e da Rádio Terra FM

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