O aumento progressivo de casos de Covid-19 tem sobrecarregado o sistema de saúde em diversas regiões do Rio Grande do Sul, inclusive em Venâncio Aires. Não há comprovação de que se trata de uma variante do coronavírus. No entanto, mudanças no comportamento dos casos têm sido observadas por profissionais da linha de frente contra a doença.
Em pronunciamento pelas redes sociais no início da noite de sexta-feira, 19, para anunciar as regiões classificadas em bandeira preta, no sistema de Distanciamento Controlado, o governador Eduardo Leite ressaltou que tem se observado uma mudança de perfil das pessoas que estão sendo internadas e não são classificadas no grupo de risco da doença.
“Ainda não temos estudos suficientes para poder afirmar categoricamente as causas para isso, se é nova cepa, se é a variante, porque está acontecendo muito rapidamente”, comentou. No entanto, segundo o governador, há uma nova realidade ocorrendo no estado. “Aumento de internações, aumento de ocupação dos leitos muito rapidamente e que tem significado internações de pessoas sem comorbidades e que estavam fora da faixa de risco”, citou.
Alterações percebidas em Venâncio
Em Venâncio Aires, que atingiu recorde semanal de 325 casos, a médica infectologista Sandra Knudsen e a enfermeira Carla Lili Müller também identificam alterações que têm sido observadas no comportamento da doença. “Não temos prova de que seja uma variação do vírus, mas percebo uma mudança epidemiológica. Temos visto pacientes com 40 e 50 anos, às vezes sem tantas comorbidades, com casos muito mais graves do que antes, com necessidade de internação, oxigênio e até UTI”, salienta a médica.
A coordenadora da Vigilância Epidemiológica, por sua vez, percebe uma mudança de comportamento do vírus, embora ainda não haja nenhuma comprovação. “A transmissão parece estar mais rápida. Famílias inteiras, setores inteiros em empresas estão sendo contaminados. Além disso, há sinais e sintomas diferentes. Muita gente com diarreia, dor abdominal e nos olhos”, cita Carla Lili.
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