O Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) de Venâncio Aires divulgou, na última semana, o balanço financeiro referente ao exercício 2023. De acordo com os números, houve uma queda no déficit entre 2022 e 2023: R$ 5 milhões, ou seja, passou de R$ 7,641 milhões há dois anos para R$ 2,614 milhões no ano passado.
Embora a redução seja significativa, a direção da casa de saúde observa que não foram as despesas que diminuíram, mas sim, houve um aporte considerável de recursos extras que fizeram diferença. “As despesas praticamente se mantiveram e precisamos considerar os serviços novos, como a UTI Pediátrica, com cerca de 50 funcionários a mais. Mas isso é serviço novo, importantíssimo, o que justifica aumento de recurso humano e investimentos”, explica o presidente Marcelo Farinon.
Conforme ele, além do que se previa de entrada de recursos em 2023, dois aportes extras foram determinantes: R$ 1,2 milhão do Ministério da Saúde (através de um projeto do senador Luiz Carlos Heinze, do PP, para que o Governo Federal beneficie hospitais filantrópicos) e R$ 3 milhões da venda de um terreno, que a Prefeitura de Venâncio comprou e quitou ainda em 2023, inclusive adiantando parcelas.
Além desses valores, o HSSM recebeu no ano passado R$ 2,1 milhões em emendas federais, R$ 633 mil de emendas impositivas da Câmara de Vereadores e R$ 852,9 mil do programa Assistir, pelo qual o Estado complementou aportes do Ministério da Saúde para atender a demanda de recursos para serviços de média e alta complexidade oferecidos via Sistema Único de Saúde (SUS).
Previsão para 2024
Segundo a direção do hospital, até agosto de 2024 o déficit já estava em R$ 4 milhões. “Se não entrar mais nada, deve novamente fechar o ano entre R$ 7,5 milhões e R$ 8 milhões, como foi em 2022”, antecipa Marcelo Farinon. Conforme o presidente, entre abril e maio, o HSSM recebeu R$ 1,25 milhão em emendas federais para custeio e ainda tem expectativa por mais alguns valores.
De outras fontes, conforme o administrador da casa de saúde, Luís Fernando Siqueira, para 2024 já há sinalização de dois valores que podem chegar: mais uma parcela de R$ 490 mil do Estado referente ao programa Assistir, para ajudar com pagamentos de fim de ano, como 13º salário, por exemplo; e mais uma parcela de R$ 530 mil da União relacionada ao Teto MAC (valor máximo de recursos financeiros disponíveis para custear ações e serviços de média e alta complexidade). Durante as enchentes de maio, o Governo Federal repassou o mesmo valor.
Na última semana, o deputado estadual Airton Artus (PDT) confirmou indicação de R$ 600 mil para custeio e compra de equipamentos de segurança para os trabalhadores do HSSM. Conforme a assessoria do parlamentar, entraria no primeiro trimestre de 2025.
R$ 2 milhões – é o valor que o hospital espera da União, prometido no ano passado. Segundo Luís Fernando Siqueira, trata-se do auxílio anunciado pelo Governo Federal a municípios atingidos pela enchente de setembro de 2023. “Seria para investimento e até agora não veio”, afirmou o administrador.
91,38% – foi o percentual de atendimentos em 2023 via Sistema Único de Saúde (SUS), sendo que, como instituição filantrópica, a obrigação legal é de 60%. Em todo ano passado, foram 20.693 diárias de pacientes internados pelo SUS.
Atendimentos e procedimentos no PA
O HSSM tem registrado um aumento gradual de atendimentos SUS e, nos últimos cinco anos, o percentual já vinha acima de 80% – em 2021 chegou a 87,51% e, em 2022, em 90,77%.
Um ‘termômetro’ que ajuda a explicar esses percentuais, que novamente ficaram acima de 90% em 2023, é a ‘porta de entrada’ do hospital: o Pronto Atendimento (PA), cujo número de atendimentos vem sendo maior do que as metas previstas.
No contrato com a Prefeitura, está previsto, por exemplo, que o HSSM deve atender, pelo menos, 1.463 pessoas por mês no PA ou realizar 3.470 procedimentos mensais. Mas, de acordo com as planilhas do hospital de 2024, em ambos os casos as médias já foram maiores.
A média mensal de pessoas atendidas chegou a 2.021 no primeiro quadrimestre e 2.133 no segundo. Já o número médio mensal de procedimentos chegou a 5.242 nos primeiros quatro meses e 5.585 no segundo período.
Ida a Brasília
• Considerada medida importante nos últimos anos para ajudar a atenuar o déficit, uma nova ida a Brasília está programada, com objetivo buscar emendas de deputados federais, agora visando 2025. As agendas na capital federal estão marcadas para os dias 5, 6 e 7 de novembro.