O Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), que completa 86 anos nesta quinta-feira, 22, conta com três UTIs. As unidades têm 23 leitos, mas cinco devem ser encerrados no fim do mês se a demanda Covid continuar caindo. Até agora, as UTIs foram fundamentais durante a pandemia, especialmente no histórico mês de março de 2021, que extrapolou todos o recordes de casos (2.681) e mortes (52) em Venâncio Aires.
“Imagino um cenário catastrófico se tivéssemos que enfrentar a pandemia sem nossa UTI. Ela nos deu toda a base para a abertura de novos leitos, pois já tínhamos diversos profissionais com experiência. Até respiradores reservas foram ativados. A ampliação de leitos de UTI não seria possível sem esse serviço já em funcionamento”, destacou o presidente do HSSM, Luciano Spies.
Segundo ele, se não fosse a estrutura, mais pessoas teriam falecido. “Nossas UTIs salvaram e continuam salvando um número expressivo de pessoas do município, da microrregião e de vários lugares do Estado. Não é possível imaginar nosso hospital e a saúde de nossa cidade, hoje, sem ela. Só temos a agradecer aqueles que tanto lutaram para a sua instalação, como o doutor Oly Schwingel e o doutor Gilmar Coutinho.”
Os nomes citados por Spies foram dois dos principais idealizadores da UTI em Venâncio, que entrou em funcionamento em março de 2013, depois de 10 anos de campanha comunitária.
“A UTI foi e é de extrema importância. Se não fosse a capacidade de expansão e organização da estrutura, teríamos encaminhado muitos para fora da cidade. Graças aos investimentos em capacitação, aquisição de equipamentos e a comunidade ajudando, como na compra de cinco respiradores, conseguimos evoluir com mais leitos UTI para suportar a demanda.”
GUILHERME FÜRST NETO – Médico e diretor técnico do HSSM
DEPOIMENTO
“Há quase dois anos, não sabemos mais o que é normalidade, não sabemos sequer como será o ‘novo normal’, mas a pandemia trouxe alguns lampejos de esperança. Um deles foi a doação da equipe da UTI do São Sebastião Mártir, que liderados pela doutora Jacqueline Froemming [que coordenou a unidade] atacou de frente a Covid mesmo quando a mesma parecia invencível.
O município, que sempre foi bem atendido por 10 leitos de UTI, chegou a precisar de mais de 30. Médicos da emergência, do bloco cirúrgico, até mesmo membros da direção administrativa precisaram arregaçar as mangas e partir para o fronte. Em várias manhãs entraram colegas para o seu plantão sem saber que horas, talvez que dia, iriam sair.
Agora que vivemos um período mais tranquilo, vamos aos poucos desmontado as estruturas ‘de guerra’. Boa parte da população vacinada, casos diminuindo a gravidade, respiramos cada dia mais aliviados. Mas essa guerra ficará tatuada em nossa memória, assim como a imagem dos nobres colegas que não se omitiram dela, onde destaco o nome já mencionado da doutora Jacqueline, mas também do doutor Guilherme Fürst, incansável no auxílio burocrático e assistencial quando precisamos.”
WILLIAM RUTZEN – Médico coordenador da UTI do HSSM desde maio