A velocidade com que os casos de coronavírus aumentaram nos municípios da região, nas últimas semanas, tem superlotado e exigido reestruturação nos dois principais serviços de saúde de Venâncio Aires: o Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
“Estamos perto de utilizar quase toda a estrutura do hospital para atender somente Covid. O Pronto Atendimento já está fechado, estamos com três UTIs, sendo duas somente para Covid. Além do setor Covid, mais da metade da Ala Azul do hospital está sendo usada para pacientes com coronavírus”, cita o presidente do HSSM, Luciano Spies.
Sem a possibilidade de acomodar mais pacientes, internações estão ocorrendo na UPA, desde o fim da semana passada. Na noite de terça-feira, o serviço chegou a contar com 15 pacientes ligados ao oxigênio – a maioria com Covid-19. “Tivemos que ir atrás de oxigênio de municípios da região para conseguir atender essas pessoas, pois não tinha como levá-las ao hospital. Em alguns momentos, chegou a ter fila de ambulâncias trazendo pacientes. Estamos fazendo uma verdadeira operação de guerra”, define o superintendente administrativo da UPA, Rodrigo da Silva.
Ele comenta que, apesar de o número de atendimentos ter diminuído, a gravidade dos casos tem demandado muito da equipe e exigido reestruturação do espaço. “Antes, tínhamos um pequeno espaço destinado à Covid. Agora, quase todo o espaço da UPA vem sendo ocupado por pacientes respiratórios. Precisamos até mesmo contratar mais uma copeira para garantir a dieta de quem está internado”, menciona.
O superintendente observa que, com pacientes internados, a equipe também precisa dar suporte e monitorar os pacientes, além de seguirem com as consultas normais.
“É desesperador ver os médicos e demais profissionais exauridos. É a mesma equipe, mas com o dobro de atendimentos. Não estávamos preparados para isso.”
RODRIGO DA SILVA – Superintendente administrativo da UPA
De acordo com Silva, no ano passado, já durante a pandemia, os casos de pacientes com sintomas respiratórios representavam 25% da demanda da UPA. Agora, o número varia de 60% a 70%. “Cada vez mais, a UPA vem sendo demandada para Covid e, se continuar nesse ritmo, pode chegar ao ponto de ter que fechar apenas para internações”, alerta.
Hospital busca mais 16 leitos
Depois de fechar o setor de Emergência, na semana passada, e de implantar uma nova Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na sala de recuperação do Centro Cirúrgico, o Hospital São Sebastião Mártir trabalha para conseguir abrir mais 16 leitos clínicos para pacientes com coronavírus. A previsão é de que isso ocorra até a próxima semana. No entanto, depende de mudanças na estrutura, com transferência de pacientes da Clínica Médica para o setor Clínico Cirúrgico – para não misturar pacientes com Covid dos que estão tratando outras doenças.
Além disso, é necessário garantir oxigênio e contratar mais profissionais. “Precisamos de médicos, técnicos em Enfermagem e enfermeiros. Como é um trabalho temporário, tem sido muito difícil montar a equipe”, afirma o presidente do hospital.
Com relação a recursos, Spies afirma que estão sendo formulados novos convênios com a Prefeitura de Venâncio, para assegurar a manutenção financeira para a nova UTI, instalada na semana passada, e dos novos leitos do setor Covid. “O prefeito assegurou que isso é prioridade.”
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