Antes de ser disponibilizada para a população, a vacina passa por uma intensa pesquisa, com diversas etapas e muitos voluntários ao redor do mundo. A venâncio-airense Patrícia Gabriela Riedel, 23 anos, está entre os voluntários da pesquisa da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, do Reino Unido, em parceria com o laboratório AstraZeneca.
Estudante de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Patrícia recebeu a primeira dose em 13 de outubro e a segunda, um mês depois. Agora, aguarda a aprovação da vacina pela Anvisa, com a qual o estudo será considerado concluído, para saber se recebeu o placebo ou a vacina. “É um estudo chamado ‘duplo cego’, no qual nem os pacientes nem os médicos e enfermeiros que aplicam as vacinas sabem quem recebeu a vacina e quem o placebo. Assim que o estudo for encerrado, seremos comunicados sobre isso”, explica a estudante, que torce para que já esteja imunizada.
O interesse por participar da pesquisa surgiu assim que ela recebeu um comunicado sobre a pesquisa, enviado a todos os alunos da faculdade de Medicina da UFRGS. “No início, meus pais ficaram com receio, mas me inscrevi e logo fui selecionada. Vários colegas também foram selecionados e a própria diretora da faculdade participou da pesquisa como voluntária”, conta Patrícia.
Antes da aplicação da dose, a estudante passou por uma entrevista, leu e assinou o termo de consentimento. “Na primeira consulta, foi avaliado se estava dentro dos requisitos, sem nenhuma comorbidade. São feitos exames, teste de gravidez, aferição da pressão”, cita. “Me senti bem segura, pois explicaram tudo e todas as dúvidas que eu tinha foram esclarecidas”, afirma.
Desde a aplicação da primeira dose, os voluntários são monitorados, a distância, pela equipe de pesquisa. “Toda semana, recebo uma mensagem de WhatsApp para ver como estou e, se tiver algum sintoma, um médico fará contato”, explica. Todos as despesas com deslocamento até o Hospital de Clínicas, em Porto Alegre, também foram custeadas pela pesquisa.
Para Patrícia, participar do estudo foi uma forma de contribuir em um momento histórico na saúde. “Fico orgulhosa de pensar que um dia poderei falar para meus filhos que participei da pesquisa para a vacina contra a Covid-19”, comenta. “A vacina é uma das melhores invenções dos últimos anos, temos que valorizar muito isso.”
Ela ressalta que o contato com projetos de pesquisa contribuiu muito para que ela se voluntariasse. “Desde que estudei no IFSul, sempre tive muito contato com pesquisa e extensão, que estão entre os pilares do IF e também da UFRGS”, destaca a estudante de Medicina, que é bolsista em um projeto de pesquisa na área de neurologia.