A sazonalidade é o principal fator responsável pelo saldo positivo de 541 vagas formais de emprego no mês de janeiro. Dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – Caged mostra que Venâncio Aires é o segundo município, com mais de 30 mil habitantes, com maior geração de emprego até agora, fica atrás apenas de Vacaria, que registrou maior número de contratações em virtude da safra da maçã. O saldo é reflexo das contratações temporárias realizadas pela indústria de processamento do tabaco que deve influenciar o setor também em fevereiro.

A Indústria da Transformação foi o setor que mais contratou no período. Foram 755 admissões no mês de janeiro contra 208 desligamentos. A elevação do número de vagas formais é influenciado pelas atividades de processamento do tabaco desempenhado pela indústria. O secretário de Desenvolvimento Econômico, Hélio Lawall, explica que esse fenômeno é histórico e cultural no município neste período e deve influenciar, também, as contratações do mês de fevereiro. As vagas são temporárias – com duração média de seis meses -, mas são responsáveis por desempenhar um quadro positivo de contratações. Lawall explica que, apesar de ocorrer o desligamento destes trabalhadores da indústria no segundo semestre, essa dinâmica já faz parte do planejamento destas pessoas. “Muitos deles atuam na indústria neste período e depois de desligados desempenham atividades no plantio e colheita do tabaco”, explica. A indústria de processamento do tabaco é um dos setores mais importantes da economia da Capital Nacional do Chimarrão. Segundo Lawall, toda a cadeia produtiva é responsável por 50% da economia do município. Para percebermos que o setor foi responsável por ampliar o número de admissões neste período na Indústria da Transformação de Venâncio Aires, basta verificarmos o número de admissões de Santa Cruz do Sul e Lajeado. Santa Cruz do Sul fechou o mês de janeiro com saldo positivo de 292 empregos formais. No total foram, 604 admissões e 312 desligamentos no município vizinho. Já Lajeado, que não possui na sua matriz econômica influência da indústria de processamento de tabaco, o saldo de empregos foi menor no último mês com saldo positivo de 46 postos de trabalho. No município do Vale do Taquari, a Indústria de Transformação foi responsável por gerar 308 admissões contra 262 desligamentos.

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Cadeia produtiva do tabaco é responsável por 50% da economia do município.Hélio LawallSecretário de Desenvolvimento economico

A presidente da Câmara de Comércio, Serviços e Indústria de Venâncio Aires – Caciva, Fabiana Bergamaschi explica que os 208 desligamentos da Indústria de Transformação são reflexo da rotatividade, um fenômeno considerado normal nesta época do ano. Porém, ela admite que diversas empresas, principalmente, na área metalúrgica estão realizando adequações no quadro funcional para garantir sobrevivência financeira em meio um cenário de crise. “A insegurança financeira não está permitindo que o empresário adote investimento a médio prazo. Todas as ações são pensadas em curto prazo para garantir viabilidade neste período”. Segundo Lawall, o setor metal mecânico e de refrigeração são os maiores segmentos econômicos do município, depois da indústria de processamento do tabaco, e a instabilidade enfrentada pelo setor refletem a a retração da economia brasileira.

Foto: Alvaro Pegoraro / Folha do Mate Indústria de processamento do tabaco deve ampliar número de vagas formais de fevereiro.
Indústria de processamento do tabaco deve ampliar número de vagas formais de fevereiro.

COMéRCIOA sazonalidade também influenciou o número de vagas formais no comércio. No Estado, o fator também influenciou a redução do número de postos formais de trabalho no setor, com uma queda geral de 2.332 vagas. Em Venâncio Aires o comércio registrou saldo negativo e perdeu 25 postos de trabalho. De acordo com o Caged, foram 90 admissões contra 115 demissões. Fabiana explica que a retração é reflexo das vagas temporárias contratadas para o período de final de ano, fator que naturalmente, resulta em um número maior de desligamentos neste período. Na região, apenas Santa Cruz do Sul fechou o mês de janeiro com saldo positivo de 61 vagas formais. Já Lajeado encerrou com saldo negativo e perdeu 61 postos de trabalho formal no último mês neste setor.

Brasil inicia ano com baixo desempenhoOs dados do Caged ainda apontam que o país iniciou 2016 com saldo negativo de 99.694 postos de trabalho. é o pior desempenho desde janeiro de 2009. No acumulado dos últimos 12 meses, o país perdeu 1,59 milhão de postos de trabalho. No Estado, no mês de janeiro foram gerados 7.263 empregos. O saldo equivale a uma expansão de 0,28 % em relação ao estoque de assalariados com carteira assinada do mês anterior. A expansão foi influenciada, principalmente, pelo crescimento do emprego nos setores da Agropecuária com 6.744 admissões e Indústria Transformação com 2.708 postos.