Quatro filhotes de gambá foram encontrados ao lado da mãe que estava morta, na noite da segunda-feira, 4, nos fundos de uma residência no bairro Santa Tecla. Os moradores que os encontraram, cuidaram deles durante a noite e, na manhã seguinte, entraram em contato com a Secretaria de Meio Ambiente para que fosse feito o resgate dos filhotes, os devidos encaminhamentos e cuidados.
Conforme o biólogo da pasta, Nilmar Azevedo de Melo, os filhotes de gambás, assim como os animais silvestres feridos ou apreendidos, foram resgatados e transferidos para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), do Ibama, em Porto Alegre. Melo explica que, no local, os filhotes resgatados, que são da espécie Didelphis albiventris, serão avaliados por veterinários, alimentados e, após atingirem a fase adulta e a reabilitação, serão soltos novamente na natureza.
Sobre os gambás
O biólogo da secretaria de Meio Ambiente lembra que os gambás possuem grande importância ecológica, são animais onívoros, ou seja, se alimentam de pequenos vertebrados, ovos, frutos e raízes.
“Eles têm no seu sangue substâncias que inibem o veneno de escorpiões e cobras, como jararacas, corais e cascavéis, o que os torna ótimos predadores desses animais. E, mais, os gambás podem ser responsáveis por um novo soro que ajuda no tratamento dessas picadas: as proteínas do sangue deles bloqueiam os efeitos locais, como hemorragia e edema”, destaca Nilmar.
Os gambás também contribuem com o controle de espécies consideradas pragas na agricultura, como insetos e roedores, evitando um desequilíbrio na cadeia alimentar do ecossistema, e são responsáveis pelo controle da população de carrapatos, que transmitem doenças tanto para o ser humano como para outros animais, como os cães. Em uma semana, um gambá pode comer mais de quatro mil carrapatos.
Os gambás também têm grande importância para a flora, pois são grandes dispersores de sementes que são liberadas em suas fezes.