
Agentes da Polícia Civil prenderam na tarde desta sexta-feira, 6, em Mato Leitão, o comerciante Dionísio Konrad, de 66 anos, popularmente conhecido como Côco. Condenado pela morte de Milton Heisler – o crime ocorreu na madrugada do dia 23 de dezembro de 1997, Coco recorria em liberdade da sentença, proferida em um dos maiores júris da Comarca de Venâncio Aires, realizado em 2010, na Sova, e que teve dois dias de duração e centenas de espectadores.
Coco estava em uma cancha de bocha, na localidade de Santo Antônio, Mato Leitão, quando foi localizado pelos agentes da Polícia Civil. Segundo os policiais que efetuaram a prisão, o acusado não resistiu e apenas pediu para pegar algumas roupas e avisar os familiares sobre o fato. Ele deve ser recolhido à Penitenciária Estadual de Venâncio Aires.
Relembre o caso
Milton Heisler, titular de uma cadeira na Câmara Municipal de Vereadores de Mato Leitão na época do assassinato, foi encontrado morto na localidade de Linha Sampaio, interior do município. O caso foi, inicialmente, tratado como suicídio: Heisler teria se enforcado em uma árvore, no pátio de casa. No entanto, as investigações foram reabertas em 2003, em trabalho conjunto do delegado de Polícia Antônio Firmino de Freitas Neto e do promotor de Justiça Júlio César Melo. Eles concluíram que a vítima havia sido morta com um golpe de ‘gravata’ e, posteriormente, amarrada à arvore em frente à sua própria residência.
A tese sustentada pela acusação foi de que Côco, que era suplente de vereador, teria matado Milton Heisler para assumir a cadeira dele no Legislativo. Fato que chegou a ser consumado, já que a partir do suposto suicídio não foram levantadas suspeitas sobre Konrad, que ficou com a titularidade na Câmara, onde permaneceu até 2004. Vereador de três mandatos – fez parte da primeira e da segunda legislaturas, de 1993 a 1996 e de 1997 a 2000 -, o comerciante não buscou a reeleição em 2004, ano em que as investigações se intensificaram e indicaram uma reviravolta no caso, com Konrad sendo apontado como autor.
Antes do julgamento de 2010, quando foi condenado a cumprir pena de 15 anos em regime fechado por homicídio triplamente qualificado, o processo teve exaustiva instrução. Conforme informações do Ministério Público, 104 testemunhas foram ouvidas e duas sessões chegaram a ser canceladas. O sobrinho de Dionísio Konrad, Nestor José Fortes, popularmente conhecido como Ratão, também foi réu no processo, por susposta participação no crime, mas absolvido no júri, conforme pedido feito pelo Ministério Público.