
Um selo que certifica a produção das agroindústrias e abre novos mercados para as famílias incrementarem a renda. Este é o selo de origem Sabor Gaúcho concedido pelo Governo do Estado aos estabelecimentos que compõem o Programa Estadual de Agroindústria Familiar (PEAF).
Nesta semana, o Governo anunciou que vai ampliar o acesso ao programa para mais 800 famílias, abrindo oportunidade para mais agroindústrias de Venâncio Aires se cadastrarem e expandirem o negócio. A inclusão no programa, por exemplo, habilita à participação em exposições por todo o Estado, como na Expointer, considerada a maior feira de agronegócio da América Latina, que neste ano ocorre de 29 de agosto até 6 de setembro, em Esteio.
Conforme dados fornecidos pelo chefe do escritório municipal da Emater/RS-Ascar, Vicente Fin, em Venâncio Aires, são 36 agroindústrias familiares cadastradas no programa, porém, 31 estão em atividade. Destas, só 21 estão inscritas no programa selo de origem Sabor Gaúcho. é o caso da Agroindústria de Conservas Guterres, localizada em Linha Bem Feita, interior do município. Conforme o proprietário Inácio Roberto Guterres, o selo possibilitou o incremento das vendas. “Os consumidores daqui e mesmo os de fora, ainda prezam pelos produtos produzidos pelas agroindústrias familiares de Venâncio Aires”, destaca Guterres, que conquistou o selo há poucos anos.
Para esta etapa, segundo Fin, apenas uma agroindústria vai se cadastrar no PEAF. Outras três famílias, já inscritas no Programa, buscarão a documentação para conseguir o selo Sabor Gaúcho. “As demais, possivelmente não se habilitarão por entenderem que o momento atual está complicado”, avalia. Conforme Fin, outro empreendimento encaminhou os documentos, mas como mudou o foco da produção, foi orientado a buscar o programa de Micro Empreendedor Individual (MEI).
Mercados para explorar
Em torno de um ano e meio parou de ser feito o cadastramento de novas agroindústrias familiares no município. Os motivos, segundo Fin, são diversos, desde a falta de algum documento até a não adequação sanitária. Caso alguma família tiver a intenção de investir em uma agroindústria, a Emater observa que há espaço para derivados de animais, desde que sejam adequadas para esta finalidade e que tenham abrangência estadual. “Há um desinteresse, justamente, por não haver esta expansão”, frisa.
Por outro lado, a área de vegetais, como doces de frutíferas ainda está aberta para ampliação. Duas famílias demonstraram interesse em investir em sucos de frutas, porém, diante das mudanças anunciadas pelo Governo Federal para o fomento das agroindústrias familiares dentro do Plano Safra 2015/16, estas famílias estudarão melhor a possibilidade. Nesta modalidade, devido ao custo de instalação que hoje elas consideram que, às vezes, não compensa, sendo melhor investir em outra atividade. O custo para a instalação de uma agroindústria de sucos não baixa de R$ 80 mil.
Para os derivados de leite, como queijo, não há nenhuma família interessada e isto ocorre devido às exigências legais, pois as novas portarias dos governos Federal e Estadual trazem exigências que acabam inviabilizando a entrada de novas famílias, que praticamente precisam iniciar como uma empresa de grande porte, o que não é a realidade das famílias rurais locais.
Recursos
Em 2014 foram aplicados em Venâncio Aires os recursos de projetos encaminhados em 2013. Nestes dois anos consecutivos, foram elaborados e aplicados projetos que beneficiaram 12 agroindústrias familiares no valor total de R$ 143 mil. Ainda foram elaborados e encaminhados projetos em 2014 que terão os recursos liberados em 2015 e que somam mais de R$ 100 mil, beneficiando oito empreendimentos, com os valores variando entre R$ 8,5 mil a R$ 18,5 mil e que podem ser contemplados nesta nova iniciativa do Governo.