A meningite tem diferentes agentes causadores e são eles que determinam o tipo da doença e o quão a existência de um caso pode representar de risco de transmissão. No caso da meningite que resultou na morte de um bebê de nove meses na noite da quarta-feira, 9, o agente causador foi a bactéria pneumococo, que apresenta baixo índice de transmissão, como afirma a médica infectologista Sandra Knudsen.
A profissional explica que o caso ocorrido em Venâncio Aires não motiva a utilização de procedimentos de prevenção à doença junto aos contatos íntimos. Como menciona, esse tipo de bactéria está presente nas vias áreas de cerca de 40% das pessoas e é a principal causadora de sinusite, otite e mesmo pneumonia. “O que acontece é que, habitualmente, nós temos defesas adequadas para que essa bactéria não cause nenhuma doença.”
Como cita Sandra, a meningite é uma doença de notificação obrigatória e sempre acaba gerando pânico entre as pessoas. No entanto, o risco de transmissão ou mesmo epidemia varia de acordo com o seu agente causador, que pode ser uma bactéria, vírus, fungo ou mesmo parasita. “Nesse caso específico – do bebê –, nós sabemos que o agente que causou essa meningite é o pneumococo. E esse agente não tem risco de causar epidemias, diferente do meningococo ou Haemophilus influenza.” No entanto, explica, isso não significa que esse tipo da doença seja menos grave.
SINTOMAS
Independente do agente causador, a médica infectologista menciona que toda meningite apresenta sintomas parecidos, que são principalmente infecciosos, como febre elevada, dor de cabeça intensa e vômitos. Ela acrescenta que a doença também resulta em sintomas neurológicos, como confusão mental, irritabilidade e rigidez na nuca.
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De acordo com a Vigilância Epidemiológica de Venâncio Aires, foram cinco os casos de meningite no ano de 2015 no município, sendo um causado por meningococo e quatro por pneumococo (destes, dois resultaram em óbito).