Quando começaram a funcionar, no dia 29 de junho de 2012, as câmeras de videomonitoramento foram denominadas como os olhos da segurança pública da Capital Nacional do Chimarrão. De alta qualidade e instaladas em pontos estratégicos, previamente determinados a partir de estudos, as 20 câmeras supririam a defasagem no quadro funcional e dariam mais agilidade nos atendimentos, evitando crimes e auxiliando nas investigações dos que acontecessem. Hoje, prestes a completar 7 anos de funcionamento, apenas cinco delas captam imagens. Não bastasse, há apenas um brigadiano apto a fazer o monitoramento.
Criado a partir de uma Lei Municipal, o Sistema Integrado de Monitoramento (SIM) diz em seu artigo primeiro que um dos objetivos é “prevenir e dissuadir o cometimento de crimes e violências, além de aperfeiçoar o controle de tráfego e a mobilidade urbana”, entre outras coisas. O artigo 13, por sua vez, refere que o município tem a responsabilidade pela manutenção permanente e perfeito estado de conservação e funcionamento dos sistemas tecnológicos que compõem o SIM.
Na prática, porém, isso não vem acontecendo, apesar de anúncios de instalação de outras 18 câmeras nas áreas urbana e rural de Venâncio. “Tínhamos seis funcionando, mas há poucos dias mais uma estragou e esperamos pela empresa que fará as manutenções”, comentou a capitão Michele da Silva Vargas.
A comandante da 3ª Companhia cita outra situação que poderá agravar ainda mais o problema: a falta de climatização adequada na central de monitoramento, que funciona no quartel da 3ª Cia. “Faz um ano que prometeram solucionar este problema, mas nada foi feito. Por enquanto vamos levando, pois é inverno, mas assim que começar a esquentar, a possibilidade de uma pane no sistema é grande”, explicou a oficial.
Questionado sobre a manutenção das câmeras, o coordenador do Departamento de Trânsito disse que a questão está sendo tratada, mas não deu mais detalhes. “Estamos vendo a questão da manutenção”, disse Dário dos Santos Martins. Sobre as novas câmeras, mencionou que a situação está sendo encaminhada. “Nosso problema é gente para monitorar”, acrescentou.
Atualmente, apenas um oficial aposentado da Brigada Militar faz o monitoramento. “Tínhamos cinco interessados, mas só um cumpriu os requisitos”, observou a capitão Michele, ressaltando que ele monitora as câmeras por cerca de oito horas diárias.
A oficial menciona que o monitoramento também pode ser feito pela Guarda Municipal, o que já acontece em Santa Cruz do Sul. O município vizinho, no começo do ano, contava com 71 guardas municipais, número bem superior ao de brigadianos lotados e que atuam em Venâncio.
MAIS 18 CÂMERAS
Enquanto aguarda pela manutenção das existentes e busca material humano para fazer o monitoramento, o comando da 3ª Companhia aguarda pela instalação de outras 18 câmeras. São seis provenientes de uma emenda parlamentar, uma vinda através da consulta popular e 11 do cercamento eletrônico.
De acordo com a capitão Michele da Silva Vargas, já estão definidos os locais de instalação e a maioria será colocada em pontos estratégicos, nas rodovias e no interior do município.
A câmera proveniente da consulta popular, a pedido da capitão Michele, será instalada em Vila Mariante. “É um ponto estratégico para o município e certamente esta câmera nos auxiliará muito”, mencionou.
A comemorar também a tecnologia das 11 câmeras que compõem o cercamento eletrônico. Elas possuem um sistema denominado de ‘dedo duro’, que faz a leitura das placas dos veículos e emite um sinal sonoro e luminoso assim que flagrar um veículo em situação irregular, seja documental ou por furto e roubo. “Mas para isso funcionar, as vítimas precisam denunciar os casos nos órgãos de segurança, para que sejam colocados imediatamente no sistema”. As imagens podem ser monitoras tanto em Venâncio, quanto na central de Santa Cruz ou de Porto Alegre.