O mês de fevereiro fechou com números alarmantes no que se refere à violência doméstica. Pelo menos 36 vítimas procuraram a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) para denunciar seus maridos, ex-maridos, companheiros ou ex-companheiros e solicitar as medidas protetivas da Lei Maria da Penha. A maioria dos casos se refere a ameaças de morte.
Apesar dos números preocupantes, o delegado Vinícius Lourenço de Assunção acredita que eles sejam bem maiores. O titular da DPPA estima que o número de vítimas que denunciam seus agressores é de aproximadamente 50% do total. Como justificativas para as mulheres sofrerem caladas, cita o medo e a dependência financeira.
Um dos casos que chegou ao conhecimento é de uma mulher de 31 anos, que conviveu por cerca de dez anos com um homem um ano mais novo. A vítima disse que ele sempre foi agressivo e violento e que este foi um dos motivos que a levou a se separar do companheiro e ir morar em Santa Catarina.
Porém, a distância não foi impecilho para as agressividades do acusado. De acordo com a vítima, ela passou a ser ameaçada de morte via celular. O ex-companheiro disse à vítima, que reside no interior de Venâncio Aires, disse que a mataria quando ela voltasse a residir no município. Por necessidade, a mulher está de volta e decidiu pedir as medidas protetivas.
Outro caso que chegou ao conhecimento da Polícia Civil é de uma jovem de 22 anos, que por cerca de quatro anos conviveu com um homem de 39 anos. O casal residia em Soledade e ao se separar – há cerca de quatro meses -, ela decidiu vir morar em Venâncio.
Agora, conforme o que ela declarou na DPPA, o ex-companheiro a ameaça via celular. Em uma das ligações, disse que virá ao município para matá-la.
AUMENTODados da Polícia Civil mostram que no ano passado, no mês de fevereiro, 14 mulheres solicitaram as medidas protetivas, contra 24 de 2017. Em todo o 2018, 255 vítimas solicitaram as medidas protetivas da Lei Maria da Penha.