Sucessão rural garantida na família Weber, em Linha Santa Emília

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Um problema enfrentado por muitos agricultores é a sucessão rural. Por diversos motivos, muitos jovens que são filhos de pais que trabalham com a agricultura deixam o interior para viver e trabalhar na cidade. Na contramão deste cenário está Clécio e Lori Weber, 64 e 60 anos, respectivamente, que viram o filho voltar para a propriedade após alguns anos.

Em dezembro do ano passado, o filho do casal, Augusto Weber, 38 anos, voltou a residir com a família dos pais em Vila Santa Emília, interior de Venâncio Aires. “Eu me formei no Colégio Agrícola em Viamão. Lá tive algumas oportunidades de estagiar. E uma dessas, foi no Capa [hoje Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia]. Lá auxiliei em diversos projetos. Em 2002, eu comecei a trabalhar na Afubra de Venâncio, e fiquei até 2005. Depois tive nova oportunidade de voltar ao Capa, onde fiz parte do quadro de funcionários até dezembro de 2022”, diz. Mas, quando retornou ao Capa, que fica em Santa Cruz do Sul, saiu da casa dos pais com a certeza de que um dia voltaria para a propriedade.

A volta

“Ele saiu e eu sempre tive esperanças de que ele retornaria para ficar conosco”, relembra a mãe.

Augusto explica que foi durante a pandemia que surgiu a ideia mais forte de voltar para Santa Emília. “A Suiani e eu ficamos lá sozinhos. Não tinha como sair e nem visitar nossos pais. E foi naquele período que descobrimos a gravidez, então o cuidado deveria ser maior”, completa. Assim, com a ideia de continuar tocando o negócio da família e ter uma oportunidade do filho Lucas, hoje com apenas 2 anos crescer com os avós – e ter um auxílio para cuidar do pequeno, no fim de julho de 2022, Suiani de Oliveira, a esposa de Augusto, se mudou, um ano após conseguir uma vaga como professora na escola Brígida do Nascimento. “No Capa eu trabalhava três dias e vinha para casa outros três. E em dezembro do ano passado voltei em definitivo”.

Atualmente, na propriedade da família residem Augusto, Suiani, o pequeno Lucas, Clécio, Lori, e Irmgard Stülp, 86 anos – mãe de Lori. Os mais velhos são todos agricultores aposentados.

Além da volta de Augusto, no próximo mês, a expectativa é do retorno da irmã Bárbara Weber e do cunhado Leonardo Rickes. “A Bárbara vai continuar tocando o negócio de fraldas ecológicas dela. Já o Léo vai me auxiliar na agroindústria e vamos tocar a propriedade”, comenta o técnico agrícola. Para Clécio, esse retorno é positivo para não perder a construção de um negócio que demorou longos anos para se concretizar. “A Lori e eu acabamos não tendo mais fôlego para dar conta de tudo e em grande quantidade. Então a nossa preocupação era ter quem continuasse o nosso serviço. E graças a Deus nossos filhos desejam continuar o que construímos a vida toda”, celebra. Além de Bárbara e Augusto, completa o trio de filhos a advogada Daniela Weber.

Clécio, Lori, Irmgard, Augusto, Lucas e Suiani vivem na propriedade, em Vila Santa Emília.

Produtos orgânicos

Desde 1989, o casal comercializa os produtos em feiras, todos de origem orgânica. “Primeiro muitos vizinhos vinham buscar alguns alimentos conosco. Depois a Lori e eu começamos a fazer uma feirinha em família, e em 2002 passamos a integrar o ‘Eco da Vida’, que é um grupo de famílias de Venâncio que se uniu para realizar feiras, o qual fazemos parte até hoje”, afirma. Clécio relembra que as feiras são realizadas todos os sábados, em frente à comunidade Santa Rita de Cássia, no bairro Gressler, das 6h30min às 11h30min.

Augusto destaca que a família já produziu mais de 50 tipos diferentes de hortaliças. Entre as diversidades estão cenoura, beterraba, repolho, temperos verdes, cebola, alho, além de outros alimentos de origem orgânica. Também, há produção de frutas como pêssego, laranja, figo, abacate, limão, caqui. “Com intensidade em produtos de cada época do ano”, comenta.

Ananás também faz parte das produções da família.

Produção da agroindústria

Por conta dos pais já não conseguirem produzir em grande demanda, Augusto Weber enfatiza que a ideia é focar na agroindústria da família, um empreendimento voltado para produção de melado, açúcar mascavo e schimier de frutas. “O pai e a mãe produziam cerca de 50 quilos de açúcar por mês e 30 quilos de melado e schimier. Com a nossa volta, a intenção é produzir 500 quilos de açúcar e cerca de 150 de melado e schimier”, salienta.

Foco é expandir a produção de melado, açúcar mascavo e schimier na agroindústria.
    

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