Para ter sucesso na hora da soltura e evitar a mortandade dos alevinos, é necessário o piscicultor adotar e observar algumas recomendações técnicas. A engenheira agrônoma do escritório municipal da Emater/RS-Ascar Djeimi Janisch, esta é época do ano é bastante complicada para a piscicultura. Segundo ela, é um período que o piscicultor deve estar atento a problemas relacionados com falta de oxigênio da água nos açudes, que em muitos casos, associado à alta população, normalmente é o principal fator de morte de peixes. “Neste caso, normalmente morrem primeiro e com maior facilidade os peixes grandes”, observa.
Djeimi orienta que a redução de oxigênio nos açudes é facilmente observada sempre de manhã cedo. Basta o piscicultor observar os peixes e, se estão na superfície da água abrindo e fechando a boca, é sinal de que estão buscando fora da água o oxigênio necessário para sua sobrevivência. “é um momento crítico. Neste caso, deve-se utilizar uma bomba simples tirando a água do próprio açude e devolvendo a mesma por meio de uma mangueira, elevando a mesma o mais alto possível, para que quando cair de volta, provoque a oxigenação na água. Este processo vai oxigenar parte da água do açude amenizando o estresse dos peixes”, explica.
Controle da lérnea
A lérnea ou ´verme âncora`, como é conhecida, segundo Djeimi, é uma doença muito comum na piscicultura de corte. é um importante ectoparasita que ataca a maioria das espécies de peixes, inclusive os criados em açudes como as carpas entre outros. Atualmente, a lérnea se encontra disseminada por todo o país, sendo responsável por sérios prejuízos econômicos. Ela se apresenta como pequenos filamentos ou fios aderidos na superfície do corpo dos peixes, causando sangramentos. “Quando isto ocorrer, fiquem atentos!”, recomenda.
Para um controle eficiente da lérnea, Djeimi informa que existem as rações que são fornecidas aos peixes infectados durante 14 dias. O desaparecimento do parasita passará a ocorrer entre sete a 14 dias. “Após isso, aguarde aproximadamente 14 dias sem tratamento e repita-o novamente com a ração durante mais 14 dias, visando eliminar possíveis reinfestações dos peixes por novos parasitas que se encontravam no açude”, orienta. Se o produtor preferir um controle natural, a agrônoma frisa que o pinus, mais conhecido como pinheiro americano, poderá ser utilizado para o controle da lérnea. Neste caso, basta colocar alguns galhos de pinus dentro do açude e, como ele possui uma resina que é liberada na água do açude, esta age sobre a parasita, fazendo o seu controle. “O pinus não tem ação tóxica sobre os peixes. Porém, sempre deve ser utilizado com moderação.”
Dicas de soltura
Para que o produtor rural tenha sucesso ao soltar os alevinos nos açudes, Djeimi traz algumas discas: evitar os horários de muito calor ou sol forte; colocar também as embalagens com os alevinos ainda fechadas na água; colocar a mão na água da embalagem e do açude para sentir se há diferença; caso haja diferença, colocar a água do açude dentro da embalagem misturando-a lentamente pelo tempo de aproximadamente 20 minutos. Após estes procedimentos, quando a água estiver equilibrada, liberar os alevinos no açude.