Superação: O recomeço de Rafael Teixeira

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Sair pela manhã para trabalhar. Chegar ao local e atender a uma chamada rotineira, há poucos quilômetros do Centro da cidade e, após isso, passar mais de 12 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sem abrir os olhos e sem boas expectativas por parte dos médicos. Ainda assim, quase seis meses depois, poder contar essa história e comemorar a recuperação, apesar de todas as projeções serem negativas.

Esse é o enredo dos últimos meses do motorista e funcionário público da Prefeitura de Vale Verde Rafael da Silva Teixeira, de 41 anos, também conhecido como ‘Rafael da Saúde’. No dia 5 de julho, por volta das 11h, ele foi chamado para atender um paciente há poucos quilômetros do Posto de Saúde do município, e, no meio do caminho, a poucos metros da entrada da cidade, sofreu um acidente. “Meus colegas foram chamados para socorrer e mal sabiam que eu era a vítima. Me socorreram rapidamente, prestando os primeiros socorros até o Hospital São Sebastião Mártir (HSSM)”, relembra.

Logo após o primeiro atendimento, foi transferido para o Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Canoas, quando foi detectada a gravidade do caso. Durante todo o período, Rafael estava inconsciente. “Não tinha noção da realidade, consigo contar um pouco pelo relato da minha família e amigos”, destaca.

Gravidade

No HPS, foi diagnosticado com uma fratura no crânio e inchaço no cérebro. Com isso, o período crítico de 72 horas definiria os rumos da vida de Rafael. Após o prazo, sem progresso, permaneceu por 12 dias internado na UTI, sedado e respirando com ajuda de aparelhos.

A dúzia de dias passou e a sedação começou a ser retirada. No entanto, iniciava mais uma luta para o motorista. Ele relata que os médicos que atenderam o caso tinham pouca esperança de que Rafael acordasse eram baixas e o prognóstico era de ficar em estado vegetativo permanentemente. Rafael afirma que, com o tempo, a família foi se preparando para lidar com a situação e para recebê-lo, no estado que fosse. “Então, mesmo sem acordar, recebi alta da UTI e fui transferido para um leito comum da enfermaria do HPS. No dia 28 de julho, ao lado de minha filha Rafaela, de 20 anos, contrariei todas as previsões e acordei. Pareceu um milagre”, comemora Rafael.

O que poderia ser apenas movimentos involuntários – comuns para pacientes com casos nesse nível de gravidade – realmente contrariaria as expectativas médicas e Rafael estava acordado. Ainda assim, ficaria 30 dias no HPS e mais sete dias no HSSM, quando teve alta em 12 de agosto.

Recuperação

Ao lado da esposa Patrícia Toillier, de 39 anos, e outros familiares e amigos, Rafael passa pelo processo de reabilitação. Atualmente, tem acompanhamento fisioterapêutico, neurológico e outras terapias, como acupuntura. De acordo com Rafael, hoje se locomove sozinho e já realiza atividades de higiene e alimentação por conta própria, mas sempre com o apoio e presença da família e amigos. “Ainda não tenho condições de retornar ao trabalho, mas acredito que logo isso também será possível”, pontua Rafael.

Com o genro Willians, a filha Maria Hellena, de 6 anos, esposa Patrícia, Rafael, o filho Carlos Arthur, de 15 anos e tirando a foto, a filha Rafaela. (Foto: Arquivo Pessoal)

“Em primeiro lugar, sou grato a Deus pela segunda chance recebida de ver meus filhos crescerem. Também sou eternamente grato aos colegas pelo atendimento, ao HSSM e ao HPS, toda a equipe médica que me atendeu. Agradeço a todos que ajudaram e nunca me abandonaram, eles foram essenciais para eu acreditar na minha recuperação.”

RAFAEL DA SILVA TEIXEIRA

Motorista da Prefeitura de Vale Verde



Leonardo Pereira

Leonardo Pereira

Natural de Vila Mariante, no interior de Venâncio Aires, jornalista formado na Universidade de Santa Cruz do Sul e repórter do jornal Folha do Mate desde 2022.

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