Foto: Arquivo Pessoal / DivulgaçãoTânia se diverte no alto da ‘montanha’ de roupas
Tânia se diverte no alto da ‘montanha’ de roupas

Apesar dos 15 centímetros, Tânia se sente ‘a dona da casa’. Mesmo pequena, não consegue ficar apenas no seu espaço reduzido a água e pedrinhas. Ela precisa andar por tudo, se aventurar entre edredons, sapatos e roupas para lavar. “Na bacia, é o lugar que ela menos quer ficar, quando vê que tem gente em casa, ela arranha até tirarem ela de lá. Só fica lá para comer”, conta Bruna Barbosa, 25, uma das ‘mães’ de Tânia.

Na maior parte do dia, quando está sozinha, Tânia gosta de escalar, até parece uma alpinista. “Ela ama subir nas coisas, seja mala, sapato, almofada, colchão, tudo o que vê pela frente.” Mas antes de se aventurar pelo apartamento, ela precisa aproveitar o ‘calor’ da manhã. “Como elas (tartarugas) têm sangue frio, estão sempre geladinhas, por isso gostam de tomar um solzinho. Tânia, por sua vez, se espicha toda ao sol.”

Como todas as tartarugas, o ‘pique’ de Tânia é diferente no inverno, pois a temperatura corporal dos répteis em geral, varia conforme a do ambiente. A temperatura é responsável por ativar e manter as funções vitais do organismo, como: respiração, batimento cardíaco e metabolismo num todo. Sendo assim, a diminuição das atividades de animais conhecidos como ‘sangue frio’ é proporcional à queda na temperatura. “Além de se mexer menos, ela para de comer no inverno e, se muito frio, costuma hibernar.”

Mesmo no inverno, ela não fica muito tempo quieta. “Nunca sabemos por onde ela anda, se é na sala, no quarto, no banheiro ou em baixo do sofá”, explica e acrescenta “é uma arteira mesmo.” Por isso os cuidados são redobrados e a procura é continua. “Nos mudamos há pouco tempo de apartamento, mas ela não teve dificuldade nenhuma de adaptação. Agora, estamos em um apartamento maior. Se no outro que era menor já tínhamos que procurar ela toda a hora, nesse vivemos atrás dela.”

Quando Bruna fala em ‘nós’, ela se refere a Ana Paula Machado e Jamile Pagliarini, que também são ‘mães’ da tartaruga.

Foto: Arquivo Pessoal / DivulgaçãoQuando ‘abre’ o sol, Tânia corre para ‘lagartear’
Quando ‘abre’ o sol, Tânia corre para ‘lagartear’

Ela também gosta de carinho…

Como todos os animais, tartaruga também sente, ama e gosta de ser amada, é o que defende Bruna. Por isso, carinho é o que não falta para Tânia. “Ela adora”, conta. Mas tem um detalhe, como é ‘a’ dona da casa, Tânia é quem define quando pode ser pega no colo. “Por mais que a gente pegue ela, é ela quem gosta de chegar por vontade própria.”

Na velocidade dela, do jeito dela, sobe nos pés da escolhida e espera pelo carinho. “Quando quer, ela aceita carinho em cima da cabeça, no pescoço e até em cima do casco.” Assim, Tânia passa seus dias. Após desbravar inúmeras vezes o mesmo apartamento, se aconchega no colo de Bruna, Ana ou Jamile, para dormir e esperar um novo dia de aventuras.