Um levantamento preliminar realizado pelo Sistema Fiergs aponta que a indústria do Rio Grande do Sul será uma das mais prejudicadas pelas tarifas de 50% que os Estados Unidos passam a aplicar sobre produtos brasileiros, a partir de 6 de agosto. Conforme o estudo, 85% dos itens industrializados vendidos pelos gaúchos ao mercado norte-americano serão afetados pela taxa máxima.
O impacto proporcional no Rio Grande do Sul é bem mais expressivo do que no restante do Brasil. Enquanto 44,6% dos produtos nacionais ficarão isentos da sobretaxa, no estado esse índice é de apenas 14,9%. Com esse cenário, a estimativa inicial da Fiergs é de que o Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho tenha uma retração de R$ 1,5 bilhão em 2026, como efeito direto da medida. A projeção anterior indicava uma possível perda ainda maior, de R$ 1,9 bilhão. “Essa medida do governo americano deixa a indústria gaúcha entre as mais prejudicadas do país”, resume o presidente do Sistema Fiergs, Claudio Bier.
A Fiergs anuncia que vai intensificar sua atuação frente a esse impacto. Foi constituído um comitê de crise liderado por Bier e formado por diretores, coordenadores de conselhos temáticos ligados ao tema e representantes de sindicatos industriais afetados pelas medidas. Nesta sexta-feira, 1º, pela manhã, haverá uma reunião desse colegiado. “Precisamos encontrar soluções no Brasil. Sigo na posição de que não devemos partir para retaliações. Um dos impactos seria, por exemplo, na importação de óleo diesel, que elevaria o preço do combustível no país e teria reflexo na inflação”, afirma Bier.
*Com informações da assessoria de imprensa da Fiergs