Entre um chimarrão e outro, mais um ponto. Uma das agulhas está fixada em baixo do braço direito – mania adquirida com a mãe -, enquanto as mãos trabalham automaticamente na construção de mais uma peça. Entretida com a televisão e entre conversas com a família, a dona de casa e artesã Odete Maria Weber Specht, 63 anos, não deixa o tradicional tricô de lado desde os 9 anos, quando aprendeu com a mãe.
Segundo ela, entre os 11 irmãos, foi a única que conseguiu aprender com a mãe. “Além de todas as outras coisas que a mãe ensinou, o que mais aproveito é o tricô”, recorda. A aposentada é mãe de três filhos: Mariele, Luciane e Vinícius. E avó de Manuela. Para as filhas tentou passar a tradição do tricô, mas a única que aprendeu foi Mariele, que ainda prefere o crochê. A primeira peça de Odete feita aos 9 anos foi, segundo recordação, um blusão marrom com o ponto ‘leque’. “Hoje qualquer ponto pode ser inventado com o tricô”, salienta. O período da manhã é acompanhado pelo tricô e, também, pelos programas de entretenimento da televisão. “Faço até as
10h30min, depois faço o almoço. E a tarde toda quando estou em casa”, afirma. Os filhos já tiveram no roupeiro inúmeras peças de tricô, principalmente, blusões de lã. Quando a filha engravidou, a neta ganhou peças feitas com carinho pela avó. “Quando comecei a fazer para ela, começaram também as encomendas. E hoje, consigo fazer apenas as encomendas”, conta sobre a procura pelos produtos. Odete criou gosto pela confecção de roupas de bebês, polainas, luvas e meias. Questionada sobre a quantidade de peças que já havia feito, brinca: “Se formos colocar tudo em um quarto, não sei se terá espaço suficiente.” Ela conta que nunca precisou buscar aperfeiçoamento para aprender os diferentes pontos do tricô, mas para o crochê buscou algumas aulas. “Mas depois disso fiz cortinas, roupinhas e vestidos para a minha neta”, diz.
Mais informações podem ser conferidas na edição deste final de semana e também no flip.