Temporal localizado atingiu no início da tarde desta sexta-feira, dia 1º, algumas comunidades do interior de Venâncio Aires. Os registros com maiores estragos foram no distrito de Vila Arlindo. Casas e galpões foram destelhados. Os relatos, colhidos pela reportagem da Folha do Mate, dão conta de que o forte vento acompanhado de chuva intensa foi repentino. Algumas pessoas tiveram que buscar abrigo em meio ao temporal. Outras se trancaram em casa, quanto as estruturas balançavam.

Na estufa de hidropônicos de Douglas Peiter 75% da estrutura foi ao chão. Com o auxílio de familiares, Peiter buscava reconstruir uma das estufas que tinha sido destruída pelo vendaval na tarde de quinta-feira, quando um novo temporal se formou. “Estava quase pronto. Tinha saído para buscar ferro e, quando voltei, estava tudo destruído”, afirma o agricultor, que estima um prejuízo de R$ 80 a R$ 100 mil.

Foto: Juliana Bencke / Folha do MateChuva de pedras foi intensa em Vila Arlindo
Chuva de pedras foi intensa em Vila Arlindo

A mãe dele, Eliane Peiter, 55 anos, descansava do trabalho quando viu as estufas, construídas a pouco mais de um ano, serem quase que totalmente destruídas. “Foi tudo muito rápido. Nunca tinha visto algo assim. Fiquei desesperada, não parava de tremer”, conta.

Além da estrutura metálica danificada pelo vento, o plástico das estufas se rompeu e o granizo se acumulou sobre a tela de sombrite. A água também atingiu os motores do sistema hidropônico, impedindo que ele fosse religado. Assim que o temporal cessou, a família começou a trabalhar para tentar salvar parte dos 8 mil pés de alface, rúcula e agrião produzidos e cobrir parte da estufa, antes de uma nova chuva. “Vamos tentar colher o que der para aproveitar e vender”, afirma o agricultor.

Foto: Folha do Mate / Folha do MateEstufa de Douglas Peiter foi mais da metade destruída
Três das quatro estufas de Douglas Peiter foram destruídas

Destelhamento

Quase em frente às estufas de hortaliças, a casa de Maria Carmelita Martins, 62 anos, foi totalmente destelhada. O forro de PVC foi perfurado pelas pedras de granizo e os móveis ficaram molhados. Na rua, as telhas arrancadas pelo vento destruíram uma plantação de milho, nos fundos da residência.

“A porta estava chaveada, mas abriu com o vento e aí começou a levantar todo o telhado”, explica a agricultora, que estava dentro de casa junto do marido Darci Martins. “Agora temos que ter força. O importante é que ninguém se machucou”, considera ele.A Defesa Civil recomenda que os atingidos procurem o órgão para registro e que lonas estão a disposição junto ao quartel do Corpo de Bombeiros Militar de Venâncio Aires.

Foto: Folha do Mate / Folha do MateMaria Carmelita Martins teve a casa completamente destelhada
Maria Carmelita Martins teve a casa completamente destelhada

Quase em frente às estufas de hortaliças, a casa de Maria Carmelita Martins, 62 anos, foi totalmente destelhada. O forro de PVC foi perfurado pelas pedras de granizo e os móveis ficaram molhados. Na rua, as telhas arrancadas pelo vento destruíram uma plantação de milho, nos fundos da residência. 

“A porta estava chaveada, mas abriu com o vento e aí começou a levantar todo o telhado”, explica a agricultora, que estava dentro de casa junto do marido Darci Martins. “Agora temos que ter força. O importante é que ninguém se machucou”, considera ele.

Árvores caídas

Às margens da RSC-287, o cenário era de diversas árvores e galhos caídos, na tarde de sexta-feira. Moradores de Linha Hansel, Vonílson Pereira da Rosa, a esposa Nair Ferreira e os filhos Tiago, 10 anos, e Mateus, 5 anos, acompanharam o vendaval. Uma árvores quebrou, em frente à casa da família. “Parecia um furacão”, define Nair. “Vinha dobrando tudo”, acrescenta Rosa.

Foto: Juliana Bencke / Folha do Mate Rosa, Nair e os filhos Tiago e Mateus acompanharam o vendaval que derrubou uma árvore na frente da casa
Rosa, Nair e os filhos Tiago e Mateus acompanharam o vendaval que derrubou uma árvore na frente da casa

O galpão dos agricultores teve o telhado perfurado pelas pedras de gelo, que chegavam a ter tamanho de ovos de galinha, segundo eles. “A mesma cena de ontem se repetiu hoje, mas desta vez foi pior. É lamentável”, enfatiza Rosa.

Uma das maiores preocupações, de acordo com ele, é com motoristas que estacionam veículos nas margens da rodovia, durante o temporal. “Essas árvores são muito velhas e podem cair em cima dos carros.”

Foto: Folha do Mate / Folha do MatePedras de gelo se acumularam sobre a tela de sombrite, nas estufas de hortaliças
Pedras de gelo se acumularam sobre a tela de sombrite, nas estufas de hortaliças