Tiago Quintana sobre ano de presidência: “independência sacramentada”

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O ano de 2021 foi muito complicado, em razão do enfrentamento da pandemia do novo coronavírus e de todos os esforços necessários para que cada pessoa conseguisse, nos últimos meses, retomar as suas atividades.

Não ainda em uma normalidade, mas o mais próximo possível disso considerando a realidade e a especificidade de cada rotina. Na Câmara de Vereadores não foi diferente. Os trabalhos foram desenvolvidos de acordo com as possibilidades, com atendimento dos protocolos sanitários e observando as regras de cada período da pandemia.

Em determinado momento, as sessões foram realizadas só com a presença de vereadores, assessores e imprensa. Mais tarde, as flexibilizações permitiram ao presidente da Câmara em 2021, o vereador Tiago Quintana (PDT), abrir o Plenário Vicente Schuck e as demais dependências do Legislativo à comunidade. Levando em consideração todo este contexto, Quintana, que no próximo ano exercerá a função de secretário de Saúde, fez um balanço do tempo em que esteve à frente da Mesa Diretora.

Ele destacou a condução com base na democracia, a manutenção da independência do Legislativo e a concretização de obras. O mais importante, de acordo com o parlamentar, é que “a independência ficou sacramentada”.

Folha do Mate – Qual a avaliação que você faz do seu ano à frente da Mesa Diretora? Quais foram as realizações durante o seu mandato?
Tiago Quintana – Penso que cumpri meu papel como presidente, ao viabilizar os trabalhos da Casa. Os vereadores tiveram acesso aos meios administrativos e de recursos humanos e, desta forma, a coisa andou. Nos propomos a fazer também a efetiva reforma do prédio do Legislativo, a destinação do terreno dos fundos para estacionamento e há uma empresa já com ordem de início de serviço para instalação da energia fotovoltaica. Acessibilidade, PPCI e habite-se, coisas que estavam pendentes, também foram resolvidas. Agora a Casa está efetivamente legalizada e podendo fazer os seus trabalhos. A independência ficou sacramentada, porque o Executivo não interferiu em nomeações, tramitações de projetos ou votações a toque de caixa.

Como analisa a postura adotada na condução dos trabalhos legislativos?
Em relação à condução dos trabalhos, penso que eu e os integrantes da Mesa Diretora cumprimos os nossos papéis, ao mantermos a imparcialidade e respeitarmos a pluralidade de ideias, algo que ocorre em qualquer câmara legislativa. Cabe ao presidente conduzir os trabalhos de maneira que todos, de forma democrática, tenham vez e voz e possam expressar seus projetos e suas opiniões sem serem interrompidos e podendo ter o bom debate, sem pessoalização e respeitando o decoro parlamentar.

E você acha que a atuação foi aprovada pelos colegas? O que o leva a acreditar nisso?
Pelo que os colegas falaram na última sessão, até quem é opositor ferrenho ao nosso trabalho se manifestou no sentido de que consegui conduzir a Casa de forma democrática. Conduzir assim contribui para que a Casa se fortaleça como um poder e também para que o eleitor acompanhe a política. Também destaco que fizemos algumas sessões interiorizadas. Não fizemos tantas como eu queria, até porque fui o autor da lei que permitiu as sessões no interior. Pena que o ano foi complicado e não deu para fazer mais.

Está deixando sobras? Ou o foco foi nas obras? O que é importante destacar em relação a estas reformas e novidades na Câmara?
Mesmo com as reformas e todas as demais ações implementadas durante o ano, houve a devolução de R$ 400 mil, recurso que foi destinado para a obra do chimarródromo, no Parque do Chimarrão. Será uma estrutura fixa e já estamos licitando. E agora, mais para o fim do ano, tivemos ainda uma sobra de cerca de R$ 70 mil que a gente mandou para o caixa único, sem indicações específicas. Sobre as obras e reformas, o que a gente mais destaca é o PPCI, que é cobrado da iniciativa privada e o setor público, no caso a Câmara, não cumpria esta exigência.

A Câmara se tornou mais segura, até porque não são apenas sessões que acontecem lá, há uma série de outros eventos promovidos por entidades. A questão das goteiras, que há tempo era um problema, está enfim resolvida, também. Parou, espero que não volte a ter. Também instalamos um biodigestor, na caminhada para a sustentabilidade. Não vamos mais precisar comprar gás. Mais importante, no entanto, é o conceito da destinação correta dos resíduos, que ainda contribui para a economia dos recursos públicos.

Algo que gostaria de ter feito e que não foi possível, seja por questão financeira, política ou de tempo hábil?
Frustração por não ter finalizado a instalação da energia fotovoltaica. Mas está com ordem de início para janeiro já.

Se soubesse que todos os colegas ouviriam e tentariam seguir um conselho, qual você deixaria para quem continua na Câmara?
Entendimento de que os membros da Câmara podem ter divergências em vários pontos, mas precisam se esforçar para trabalhar pautas em conjunto. Só isso vai fazer com que o Poder Legislativo se consolide e mantenha a credibilidade.

Após um ano de segundo mandato e a presidência da Casa, está indo para a Secretaria de Saúde. Quais são os seus planos para o futuro, principalmente pelo fato de sempre ser lembrado para compor uma chapa majoritária mais para a frente?
Fico lisonjeado com as expectativas em torno do trabalho. Mas meu principal plano para os próximos anos é focar no trabalho na Secretaria de Saúde. Temos muitas metas e desafios para realizar. E certamente isso vai nortear as futuras decisões, mas tudo em seu momento certo. Na política não existe véspera. Não escondo que no futuro pretendo alçar voos maiores, mas tudo no seu momento, não pretendo atropelar ninguém para acelerar qualquer coisa. Faço parte de um time que tem grandes projetos para desenvolver Venâncio Aires. É nesse time e com essas pessoas que eu me sinto bem.

Alguma outra coisa que queira destacar?
Agradecer pelas diversas mensagens de apoio que recebi nos últimos dias. A política nos dá poucas recompensas, normalmente temos que lidar mais com as frustrações, mas essas pessoas que acreditam e torcem pelo nosso trabalho é que me fazem seguir em frente a cada dia. Finalizo dizendo à comunidade de Venâncio que não importa onde eu estiver, sempre vou dar meu melhor e sempre poderão contar comigo. Me sinto a cada dia mais ligado à missão de trabalhar por Venâncio. As grandes mudanças sempre foram feitas por sonhadores, não por realistas. Faço parte do grupo dos sonhadores. #TMJVenâncio! Feliz 2022!

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Cassiane Rodrigues

Cassiane Rodrigues

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), atua com foco nas editorias de geral, conteúdos publicitários e cadernos especiais. Locutora da Rádio Terra FM, tem participação nos programas Terra Bom Dia, Folha 105 1° edição e Terra em Uma Hora.

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