Qual é a melhor maneira de cuidar dos dentes na infância? Como mantê-los saudáveis na adolescência e nos anos seguintes? Para sanar essas e outras dúvidas, os cirurgiões-dentistas Jonas Caríssimi e José Pedro Eidt explicam o que deve ser feito em cada etapa.

Foto: Alvaro Pegoraro / Folha do MateTratamentos odontológicos devem começar ainda na fase infantil, para prevenir problemas nas demais fases da vida.
Tratamentos odontológicos devem começar ainda na fase infantil, para prevenir problemas nas demais fases da vida.

> INFâNCIA“Em bebês, a cárie dentária manifestase de forma agressiva e com progressão acelerada, acarretando até mesmo na destruição completa do elemento dentário num curto espaço de tempo. Sendo assim, a visita odontológica nos primeiros meses de vida é necessária, principalmente pela possibilidade de prevenção de doenças, manutenção da saúde bucal e, também, pelo fato de as crianças crescerem ambientadas com consultórios odontológicos”, Jonas Caríssimi.

“O estilo de vida da mãe influencia na saúde bucal da criança desde a gestação, pois os dentes já iniciam sua formação nesse período. A prevenção na infância, então, é crucial. As consultas odontológicas devem ser mais frequentes porque tudo é muito rápido nessa fase. A partir dos cinco anos, começam a surgir na boca dos primeiros dentes permanentes”, José Pedro Eidt.

> ADOLESCêNCIA“Esta fase é onde geralmente ocorrem as primeiras manifestações e desejos do uso do aparelho ortodôntico, piercing dentário, os primeiros sinais dos dentes sisos erupcionando. Deve-se haver um cuidado redobrado com a correta erupção dos dentes, pois é nesta fase que torna-se possível corrigir os erros com mais chances de resolutividade e de forma rápida”, Jonas Caríssimi.

“Durante o processo eruptivo, os dentes são muito suscetíveis à cárie dentária, pois o acúmulo de biofilme ocorre mais facilmente. Além disso, uma má higiene e uma dieta cariogênica são problemas comuns na adolescência. Cabe, portanto, ao dentista orientar e auxiliar o paciente na manutenção de sua saúde bucal nesse período”, José Pedro Eidt.

> FASE ADULTA“Nesta fase, é preciso estar atento aos fatores modificadores celulares, como o uso de álcool em excesso, fumo, que são predisponentes da formação do câncer bucal. é importante se ter um controle da diabete, bem como distúrbios hormonais que também interferem na dentição. Novamente, retoma-se a importância da manutenção da saúde bucal para que se possa evitar perdas precoces por fatores sistêmicos. Nesta fase, pode-se destacar o uso dos implantes dentários, que possuem uma melhor aceitação do organismo e devolvem, ao paciente, funcionalidade e estética quando há perda precoce dos dentes ou quando não há possibilidade de uso de prótese dentária”, Jonas Caríssimi.

“Na idade adulta, um problema a ser controlado é a doença periodontal. Quando houver acúmulo de tártaro é indicado a raspagem e polimento dos dentes. O estilo de vida, hábitos de higiene e dieta continuam diretamente relacionados à manutenção de saúde”, José Pedro Eidt.

> TERCEIRA IDADE“Muita gente ainda cultiva a falsa ideia de que, quando ficar idoso, perderá os dentes, como se isso fosse um processo natural. Mas a história não é bem assim. é preciso que os pacientes que fazem uso de prótese dentária as tenham bem adaptadas, evitando lesões na boca. Ainda, com o passar do tempo, é necessária a troca das próteses, uma vez que os dentes da mesma possuem um desgaste natural. Desta forma, a oclusão (mordida) continua correta. Evita-se, assim, cefaleias (dores de cabeça) devido à incorreta mastigação e posicionamento dentário, forçando a musculatura da face por falta de dimensão vertical (altura da mordida) adequada. Aos idosos que possuem dentes naturais, fazem-se importantes as consultas rotineiras para adequar a higiene e evitar as perdas desnecessárias”, Jonas Caríssimi.

“A condição bucal na velhice será o resultado de problemas evitados ou tratados nas fases anteriores. Em suma, o acompanhamento profissional e a conscientização do paciente ao longo da vida melhoram no bem-estar e autoestima do ser humano”, José Pedro Eidt.