Turismo impulsiona economia da região serrana

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O sorriso de Flávia Eggers, de 43 anos, não esconde o sentimento de admiração e gratidão que sente ao ver, nos fins de semana, os turistas desfrutarem da beleza do ‘quintal’ de sua casa em Vila Deodoro, onde está localizado o Mirante Lauro Erdmann. Desde que o ponto turístico foi inaugurado, em junho, o fluxo de visitação fez com a produção na Sirup Haus, agroindústria da família, dobrasse.

Foto: Juliana Bencke / Folha do MateCom a abertura do Mirante, Flávia e Clóvis, precisaram aumentar a produção da agroindústria
Com a abertura do Mirante, Flávia e Clóvis, precisaram aumentar a produção da agroindústria

Eles não foram os únicos que notaram o incremento que os atrativos turísticos estão proporcionando à região serrana. A proprietária do mercado localizado ao ‘pé do Mirante’, Ivana Schuch, garante que também ganhou com o novo atrativo: “Esperamos que melhore cada vez mais”. Para contribuir com o turismo de Vila Deodoro, ela aproveitou para ofertar um banheiro aos turistas ao lado do estabelecimento comercial.

Estamos admirados e felizes com tudo que está acontecendo e esperamos que continue assim

O Mirante foi construído nas terras do pai de Flávia e, inclusive, leva o seu nome. De acordo com ela, o maior movimento ocorre nos sábados e domingos, das 14h às 16h, quando é percebida a presença de aproximadamente 200 pessoas por tarde. “No começo achamos que o Mirante seria coisa passageira, mas o movimento está aumentando cada dia mais”, comemora.

Foi justamente esse desenvolvimento que fez ela e o marido, Clóvis Eggers, inovarem para agradar os visitantes e garantir um aumento no lucro da agroindústria familiar do fim do mês. Além da produção normal de melado, rapadura, schmier e açúcar mascavo, nos fins de semana a agroindústria instala sua ‘barraquinha’ no topo do morro e comercializa os produtos juntamente com água quente para o chimarrão, puxa-puxa, pipoca nos sabores de melado e sal, água, refrigerante e cerveja, para os visitantes. “Existe uma procura diferente, pois quando eles estão no Mirante preferem algo para acompanhar o chimarrão, mas quando vêm na própria agroindústria preferem os produtos maiores”, explica.

Foto: Juliana Bencke / Folha do Mate.

Para Flávia, os visitantes estão valorizando o local. “Eles sobem no morro com cadeiras de praia, sentam, tomam chimarrão e ficam a tarde toda apreciando a vista e aquilo que produzimos. A gente não dá um valor tão grande, mas eles acham isso lindo”, afirma, contente com a aceitação da comunidade local e regional.

Foto: Juliana Bencke / Folha do MateRogério e Rejane estão felizes com o aumento de visitantes e investiram em novos bancos
Rogério e Rejane estão felizes com o aumento de visitantes e investiram em novos bancos

Projeto de trilha pode ligar Mirante à FigueiraEmpolgados com o sucesso dos atrativos turísticos da região, os proprietários do Mirante Lauro Erdmann e da Figueira Centenária, distantes cerca de dois quilômetros um do outro, planejam a abertura de uma trilha de pouco mais de um quilômetro para ligar os dois pontos. Clóvis Eggers conta que a ideia de ter um atrativo ecológico é antiga e já foi discutida pela Associação Querências do Mate. “Muitas pessoas procuram por esse contato com a natureza, mas sempre estávamos deixando os projetos de lado e, agora, o Mirante deu um impulso”. A intenção deles é montar turmas de passeios que serão acompanhadas por um guia.

É dá janela da casa onde mora há 42 anos, que Rogério Schwinn, aprecia a beleza da Figueira Centenária todos os dias quando acorda. Afinal, ela faz parte da decoração do pátio e oferece grandes galhos que são como um ‘abraço’ ao chegar no local.

Ao lado da esposa, Rejane, relata que ninguém sabe como a árvore veio parar nas terras da família e desde sempre o local recebeu um número significativo de visitantes. “Mas de um tempo para cá, com a abertura do Mirante, o número está aumentando ainda mais”, comenta.

Após uma reunião realizada na quinta-feira, 27 de julho, entre a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo e a comunidade da região da serra, o casal que já vinha ofertando alguns produtos para comercialização percebeu que poderia fazer ainda mais. “No último fim de semana ofertamos o que produzimos aqui na terra, além de cuca e pães”, comenta Rejane, que comemora: “Vendemos tudo.”

Para dar mais conforto aos visitantes, o casal investiu na pintura e instalação de bancos. Rejane afirma que a oportunidade vai muito além da economia: “Nós estamos tendo a honra de interagir e conhecer pessoas de outros locais. Nos fins de semana, quando conseguímos, procuramos saber quem são os visitantes que andam por aqui”, conta.

Clube de Mães engajado na revitalização

Quem chega no perímetro urbano de Vila Deodoro vai encontrar o paredão de hortências que, nos meses de florescimento – próximo ao Natal – deixam a região colorida. Mas, há alguns meses, as integrantes do Clube de Mães Nossa Senhora do Rosário uniram-se para deixar o local, novamente, em boas condições. De acordo com uma das sócias, Theresinha Jaeger, de 76 anos, há algum tempo ele já não estava mais recebendo a limpeza adequada. Segundo ela, a manutenção era feita, costumeiramente, pela equipe da Prefeitura. “Como ninguém estava fazendo, nós do Clube resolvemos fazer uma galinhada para arrecadar fundos e pagar alguém para limpar”, conta, orgulhosa. Uma nova galinhada está sendo organizada para os próximos dias para arrecadar fundos e custear as demais despesas com o serviço.

Foto: Juliana Bencke / Folha do MateDona Theresinha mora no local há mais de 50 anos
Dona Theresinha mora no local há mais de 50 anos

A moradora diz que esse é um benefício para toda a comunidade já que a localidade está recebendo diferentes visitantes devido aos atrativos turísticos. “Esse será apenas mais um”, garante.

    

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