É com sorriso no rosto e alegria contagiante que Sandra Helena da Rosa, 50 anos, fala sobre sua trajetória de vida. Venâncio-airense, ela tem duas filhas – Ana Laura, 23, e Ana Carolina, 26 -, que já lhe presentou com um neto, Pedro Henrique, 5. Ela mora no Condomínio Altos da Aviação, no bairro Aviação, com a filha caçula.
Sandra residiu durante a infância e a adolescência na casa dos pais, no Centro, próximo à Brigada Militar. A mãe, Cleny, 70 anos, é costureira e merendeira aposentada pelo Estado. O pai, João Arly, era músico e faleceu aos 46 anos, em 1989. “Minha mãe me ensinou e me ensina muita coisa. Fui criada sem luxos, mas nunca nos faltou nada”, afirma. Sandra é a mais velha de quatro irmãos. Ela conta que todos começaram a trabalhar cedo.
Aos 18 anos ela começou a trabalhar no Cartório Eleitoral, onde permaneceu por 15 anos. Sandra é formada em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), instituição onde passou a trabalhar, há 17 anos, como estagiária, e segue até hoje. Ela atua como auxiliar administrativa no setor de processamento técnico da Biblioteca Central. “Eu gosto muito do meu trabalho. Estou aposentada, mas não penso em parar”, declara.
Nos momentos de lazer, Sandra aproveita para curtir a família e o companheiro, Paulo, com quem namora há 10 anos. Ela também trabalha com artesanato em garrafas e tecido. “Aprendi a costurar com minha mãe, que é uma costureira de mão cheia. É uma coisa que me faz bem e me deixa relaxada”, relata.
CARNAVALSegundo Sandra, o Carnaval é uma grande paixão da sua vida. Ela é porta-estandarte da Acadêmicos do Samba Négo há 20 anos e se orgulha da escola que representa. “Minha relação com o Négo é de sempre. Meu pai foi presidente, minhas filhas desfilaram pela escola e eu sigo enquanto puder”, conta. Ela diz que só não desfilou pela escola nos anos que foi decidido que o Négo não participaria. Fora isso, Sandra afirma que atravessou a Rua Grande até mesmo doente, tirando forças para conseguir vencer a dor.
Ela e a mãe sempre estiveram envolvidas com a confecção de fantasias para os desfiles. “A minha fantasia é minha mãe que costura, não abro mão disso”, declara. Ela ressalta que o Carnaval, além do encantamento da festa, é um compromisso assumido. “Eu procuro transmitir o amor que tenho pela minha escola tanto no desfile quanto nos ensaios”, afirma. Ela ressalta que a escola tem que se preocupar em fazer um bom trabalho mesmo que o desfile não seja competitivo.
Com carinho, ela guarda cada uma das fantasias que já usou até hoje. Em 2006, a filha mais nova, Laura, com 9 anos, disse que queria dançar como a mãe. A escola então criou a posição de porta-estandarte mirim e, quando cresceu, ela passou a ser segunda porta-estandarte. Laura desfilou junto com a mãe até 2014, quando recebeu o convite para ser rainha de bateria. Depois disso não quis mais retornar aos desfiles, mas segue auxiliando na escola. “Eu gostaria que ela continuasse desfilando comigo, mas ela optou por não ir mais e eu respeitei a escolha”, diz.
“O Pedro, meu neto, é a minha alegria. Quando olho pra ele vejo que tudo vale a pena.”SANDRA HELENA DA ROSA Porta-estandarte da Escola Acadêmicos do Samba Négo
VoluntariadoHá sete anos Sandra é voluntária do Grupo Jornada de Amor, do bairro Aviação. A entidade busca ajudar espiritualmente e socialmente as pessoas necessitadas. No mês passado, entregou 240 ranchos para famílias do município por meio de campanha para arrecadação de doações.