
A digitalização de mais variados processos têm se tornado o mais novo normal. Buscamos, a cada dia, facilitar a rotina com o incremento da tecnologia. Com a inteligência artificial (IA) ficou mais fácil de buscar respostas na ‘nuvem’, criar imagens e sons. O ensino superior, por sua vez, também está nessas entrelinhas, com uma variedade extensa de cursos já sendo ofertados em formato digital. A facilidade de acesso aos conteúdos e questões financeiras são principais argumentos para quem opta por essa metodologia.
Dados divulgados pelo Censo da Educação Superior – levantados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), do Ministério da Educação – revelam que 50,7% das matrículas realizadas em 2024 em todas as instituições foram para cursos de Ensino à Distância (EaD).
De modo geral, o crescimento do formato ocorreu a partir da pandemia, como observa o pró-reitor de Ensino e Extensão da Universidade do Vale do Taquari – Univates, professor Tiago Weizenmann. Na instituição, das 5.641 matrículas no ano passado, 2.190 (38%) correspondem para cursos à distância. “Atingimos o número de dois mil estudantes em 2021, e ele tem se mantido estável desde lá, e temos a intenção de ampliar ainda mais.
De modo geral, o estudante que procura o formato de curso EAD está buscando maior flexibilidade de tempo, para conciliar rotinas de trabalho com estudos. Há, portanto, um desejo por autonomia, flexibilizando a questão do espaço (onde vai estudar) e tempo (quando vai estudar)”, considera o professor.
A faixa etária, conforme observa o pró-reitor, é maior de pessoas que já possuem uma graduação e buscam se profissionalizar ainda mais, recorrendo ao EaD.
Educação de qualidade
Na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) o número de inscrições em 2024 para o EaD corresponde cerca de 14%. Ou seja, dos 5.915 ingressantes, foram 822 que escolheram estudar à distância. Como destaca o diretor de Ensino e Tecnologia Educacional, Rudimar Serpa de Abreu, para garantir metodologia de ensino, é necessário investir em tutoria qualificada, Ambiente Virtual e mediação docente em momentos estratégicos, com o mesmo padrão de exigência do presencial.
Outra alternativa é o formato semipresencial, que alia disciplinas online e com atividades no formato presencial, sendo uma das exigências dentro do Marco Regulatório da Educação a Distância (EAD) no Brasil.
“Quem escolhe EAD na Unisc, em geral, é mais adulto, trabalha, precisa de flexibilidade de tempo e lugar e é sensível ao custo total do curso. Há maior dispersão territorial, já que chegamos a municípios além da sede e dos campi”, contextualiza.
Metodologia
O professor Rudimar Serpa de Abreu salienta que desafios da incorporação do EaD nos estudos são proporcionais ao avanço. “Sem desenho pedagógico cuidadoso e apoio acadêmico ativo, cresce o risco de evasão; precisamos de indicadores contínuos (engajamento, aprovação, tempo de conclusão), acessibilidade e conectividade garantidas, além de formação docente permanente para práticas ativas mediadas por tecnologia”, complementa.
Força do presencial
- Ter uma vida universitária no campus, interagindo com colegas e professores, ainda é desejo dos interessados em uma graduação. Além disso, conforme o pró-reitor de Ensino e Extensão da Univates, Tiago Weizenmann, a estrutura do campus da universidade está associada ao trabalho qualificado de professores
- “O presencial entrega valor que o digital não substitui por completo”, reitera Rudimar Serpa de Abreu, da Unisc. A rotina, segundo ele, mobiliza laboratórios, clínicas, estúdios e centros de prática; coloca os estudantes em projetos com parceiros da região e em situações interprofissionais em saúde, engenharias, direito, comunicação e licenciaturas, com feedback imediato.
Curiosidade
- Em 2024,o curso de Pedagogia teve o maior número de ingressantes, com 4,48 milhões de inscritos e 1,83 milhão de concluintes. Administração e Direito estiveram entre as demais graduações mais procuradas.

