Oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e também em clínicas particulares, a vacina contra o Papilomavírus Humano (HPV) é uma das principais formas de prevenção do câncer de colo de útero. A imunização, voltada a crianças e adolescentes, também contribui com a prevenção de outros cânceres, como de vulva, vagina, pênis e ânus.
Em novembro do ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou uma Estratégia Global para erradicar o câncer de colo de útero na próxima década. A vacinação contra o HPV é um dos pilares, paralelamente ao rastreamento e o tratamento da doença. O objetivo é imunizar 90% das meninas de até 15 anos.
Atualmente, no Brasil, a cobertura é de 73% na primeira dose, para as meninas, e 46% na segunda dose. Entre os meninos, os índices são mais baixos: 36% na primeira dose e 19% na segunda. A baixa cobertura também chama atenção em Venâncio Aires nos últimos cinco anos, especialmente na segunda dose.
Conforme a técnica de enfermagem Sônia Mara de Barros Hochsheidt, vacinadora no posto de saúde Central de Venâncio Aires, durante a pandemia, a procura pela vacina reduziu muito. “Os pais têm receio de expor os filhos, devido à Covid-19”, destaca. Além disso, a interrupção das aulas presenciais também foi um fator que pode ter prejudicado, já que, muitas vezes, a orientação para a vacinação é realiza nas escolas.
Sônia também relata que, no início, alguns pais associavam a vacina com o início da vida sexual dos jovens, o que não é verdade. “Agora, são poucos os pais que questionam, geralmente todos já trazem os filhos para efetivar a vacinação”, afirma Sônia.
Prevenção com a vacina
Para Sabrina dos Reis Martins, 31 anos, mãe da Luiza dos Reis Martins, 9 anos, a vacina é uma prevenção para o futuro. Luiza já tomou as duas doses da vacina. A primeira foi feita em setembro de 2020 e a segunda aplicada no dia 12 de abril, no posto de saúde Central. “O vírus do HPV tem fácil transmissão, não acontece somente por relação sexual. Então vejo a vacina como um proteção contra o câncer de útero. No meu tempo não tive essa oportunidade, então fico feliz que agora a minha filha tenha”, destaca.
Sabrina enfatiza que a Luiza não teve nenhuma reação ao imunizante e considera que a vacina não é associada ao início da vida sexual, já que é justamente uma proteção válida para quando esse momento chegar.
Sobre a vacina do HPV
- Pelo SUS, a vacina pode ser feita nos postos de saúde, em meninas de 9 anos até menores de 15 anos e meninos de 11 anos até os menores de 15 anos. Nas clínicas particulares, a faixa etária é expandida: para mulheres de 9 a 45 anos e homens de 9 a 26 anos.
- A vacina do HPV é aplicada em duas doses. A segunda ocorre após seis meses da aplicação inicial, sendo que as duas doses devem ser aplicadas em um período de 12 meses.
- A imunização é oferecida pelo SUS, chamada comercialmente como Gardasil, é a de tipo quadrivalente, ou seja, protege contra os quatro tipos de vírus HPV que mais infectam no Brasil.
- Após a aplicação do imunizante, o corpo produz anticorpos necessários para combater o vírus. Caso a pessoa seja infectada, a doença não se desenvolverá.
- O indicado é que tomem a vacina meninos e meninas que ainda não tenham iniciado a vida sexual.
- Entretanto, ela também pode ser aplicada caso já tenha acontecido esse contato. Nessa situação, a eficácia poderá ser reduzida, devido a possibilidade do corpo já ter entrado em contato com o vírus.
- A vacina também pode ser aplicada em pessoas imunocompetentes, ou seja, aquelas que possuem HIV ou Aids, pacientes que receberam transplante de órgãos, medula óssea e pessoas em tratamento de câncer. Nessa situação, homens e mulheres de 9 a 26 anos podem receber a vacina do HPV, em três doses.
Rede particular
A Tchê Farmácia Gabriela dispõe do espaço Vacine Aqui e realiza a aplicação da vacina do HPV, na versão quadrivalente Gardasil da MSD. Conforme a farmacêutica Daiane Feix Barden, ela protege contra os quatro tipos de vírus HPV (6, 11, 16 e 18). A imunização é indicada para meninas e mulheres entre 9 e 45 anos e também para meninos e homens entre 9 e 26 anos de idade. Daiane revela que a procura pela vacina normalmente acontece por indicação médica e a imunização é mais procurada pelo público feminino.
LEIA MAIS: