
Foram lidos na sessão da Câmara de Vereadores de Venâncio Aires na noite desta segunda-feira, 1º, os enunciados de dois projetos de resolução, ambos de autoria da Mesa Diretora do Poder Legislativo, que sugerem a suspensão de Eligio Weschenfelder, o Muchila (PSB), das atividades parlamentares. O socialista enfrenta dois procedimentos na Comissão de Ética e, se os relatórios apresentados forem aprovados em plenário – necessidade de oito votos, a chamada maioria simples -, ele pode ficar até quatro meses afastado da Câmara, sem receber o salário de vereador.
Um dos relatórios, cujo denunciante é Everton Dias (PDT), sugere a suspensão de Muchila por dois meses. É o caso em que o parlamentar do PSB chamou o colega, entre outras coisas, de “oportunista barato”, “vereadorzinho”, “capacho do prefeito” e “leviano, pequeno e medíocre”. O outro processo, deflagrado por Dudu Luft (PDT) – por exposição de informações sigilosas relativas a um processo judicial – pode acabar com quatro meses de suspensão para Muchila. Embora a soma de seis meses, o vereador ficaria longe da Casa do Povo por, no máximo, quatro meses, já que as suspensões não acumulam. Agora lidos, os dois projetos seguem para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A previsão é que sejam apreciados em plenário na última sessão do ano, em 17 de dezembro.
Caso a suspensão seja confirmada, a vaga de Muchila será ocupada por um suplente do PSB. A primeira da lista é Sandra Wagner, que está atualmente na Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS) e, considerando o pouco tempo na Câmara, pode optar por permanecer na função. Na sequência, quem aparece é Robinho Nunes, que inclusive já assumiu a cadeira de Muchila na atual legislatura. Outra informação interessante, apurada pela coluna, é de que a suspensão, se concretizada, seria a primeira na história da Casa do Povo de Venâncio Aires. Quem se interessa por política pode acompanhar este espaço, pois pretendo atualizar a situação em tela a cada edição impressa.
“VÃO TENTAR, MAS NÃO VÃO ME CALAR”
Ainda durante a sessão, no período das Comunicações, Muchila afirmou que está sendo vítima de perseguição política e garantiu que não vai recuar em relação aos episódios. “O que disse, repito em alto e bom som. Vão tentar, mas não vão me calar”, comentou. O socialista declarou ainda que o atual presidente do Poder Legislativo, Dudu Luft (PDT), tem adotado uma postura autoritária.
Nesta terça-feira, 2, em entrevista concedida ao programa jornalístico Terra em Uma Hora, da Rádio Terra 105.1 FM, Muchila voltou a atacar Luft: “É um projeto de ditador”. Também criticou o colega Everton Dias: “É vereadorzinho sim, capacho do prefeito”. Foram justamente estes termos que levaram o pedetista a acionar a Comissão de Ética contra Muchila.
O vereador do PSB antecipou que vai impetrar mandado de segurança na Justiça, na tentativa de evitar que os projetos que preveem sua suspensão sejam votados em plenário. “Não posso deixar ir a votação, porque a gente sabe que o resultado vai ser 10 a 5. Em 90 anos de Câmara, ninguém foi afastado, e estão querendo botar esta marca em mim”, concluiu.