Venâncio luta contra a mortalidade infantil

-

O município de Venâncio Aires vem apresentando significativa melhora nos índices de mortalidade infantil nos últimos anos. Dados preliminares da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) – que devem ser oficializados até o fim deste mês pela Secretaria Estadual da Saúde – apontam que, em 2013, oito crianças com menos de um ano de idade morreram na cidade. O coeficiente de mortalidade (obtido ao se multiplicar o total de óbitos por 1.000 e dividir o resultado pelo número de bebês nascidos vivos) ficou em 10,09, o melhor desde 2009. Nos últimos cinco anos, o desempenho de 2013 só foi superado em 2012, quando Venâncio teve um resultado considerado “espetacular” pelas autoridades e especialistas, com apenas três óbitos registrados e coeficiente de mortalidade infantil de 3,88.

De acordo com o secretário municipal de Saúde, Celso Artus, os resultados relevantes obtidos em relação ao índice de mortalidade são reflexo da atenção que a pasta tem dispensado em relação ao tema. Ele sustenta que a atenção básica em Venâncio Aires está fortalecida e mais bem estruturada, bem como aumentou a conscientização por parte das gestantes e familiares no sentido de se fazer o acompanhamento adequado no período da gravidez. Pediatra há 35 anos, 20 deles com atuação no Berçário do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), Celso Artus afirma que a expectativa é de que os índices de mortalidade infantil continuem em queda nos próximos anos. Segundo ele, a Medicina dispõe, atualmente, de uma série de novas técnicas que, cada vez mais, afastam os perigos e as gestações de risco. “As mortes são decorrentes de prematuridade, má-formação e problemas congênitos, que na maioria das vezes nada se pode fazer apesar dos recursos médico”, esclarece. Dos oito óbitos registrado em 2013, três estão relacionados à prematuridade dos bebês, o que reforça a tese do titular da Secretaria Municipal da Saúde.

Identificação precoce de problemas diminui os riscos da gestação

Os índices de mortalidade infantil apresentaram queda, as expectativas são positivas para os próximos anos e, embora não se possa comemorar os números – já que se tratam de mortes de crianças com menos de um ano de idade -, é importante destacar o trabalho que vem sendo desenvolvido em Venâncio Aires por todas as pessoas engajadas no combate à mortalidade infantil. Essa é a opinião da enfermeira Cristina Telles, da Vigilância Epidemiológica, responsável pela investigação das mortes das crianças no município. Ela concorda com o secretário municipal de Saúde, Celso Artus, no que se refere aos falecimentos registrados: “Esses são casos que, infelizmente, não se tem o que fazer”. De acordo com Cristina, o “ataque” à mortalidade tem sido eficiente porque eventuais problemas dos bebês são identificados ainda durante a gestação, o que aumenta a possibilidade de salvar as vidas em perigo. “O acompanhamento é frequente, em especial nos casos de pré-natal de alto risco”, afirma a enfermeira.

Aos 34 anos, Lidiane Gonçalves Carati está embalando o terceiro filho. Os dois primeiros, hoje com 13 e 11 anos, nasceram com problemas de dicção e dificuldade de aprender, respectivamente. Mas o bebezão Samuel André Carati da Rocha, de cinco meses, é saudável e acompanha a mãe em várias consultas no Posto Materno Infantil, no Centro de Venâncio Aires. Ontem, mais uma vez estava à espera dos conselhos do médico que cuida do seu desenvolvimento. Lidiane assegura que não vai deixar margem para descuidos com o filho caçula. “Não abro mão do acompanhamento. Sempre fui muito bem tratada pelos profissionais do posto. é uma oportunidade que nem todo mundo tem”, diz a mãe.

De acordo com a enfermeira Cristina Telles, já começou a mobilização para a criação do Comitê de Combate à Criminalidade de Venâncio Aires. O órgão terá como finalidade identificar as causas que levaram ao óbito infantil, especialmente aqueles que poderiam, de uma forma ou de outra, terem sido evitados. O comitê é considerado um importante instrumento de gestão, através do qual é possível, após análise dos óbitos, planejar medidas de intervenção para reduzir o número de mortes de crianças por possíveis falhas na assistência à gestante, ao parto ou ao recém-nascido, bem como avaliar a rede de serviços de saúde.



Alvaro Pegoraro

Alvaro Pegoraro

Atua na redação do jornal Folha do Mate desde 1990, sendo responsável pela editoria de polícia. Participa diariamente no programa Chimarrão com Notícias, com intervenções na área da segurança pública e trânsito.

Clique Aqui para ver o autor

    

Destaques

Últimas

Exclusivo Assinantes

Template being used: /var/www/html/wp-content/plugins/td-cloud-library/wp_templates/tdb_view_single.php
error: Conteúdo protegido