Melhorias na saúde, educação, moradias e o fim da violência contra a mulher. Serão essas algumas das bandeiras a serem levantadas pelas mulheres trabalhadoras rurais de diversos locais do Brasil, nos dias 11 e 12 deste mês na 5ª Marcha das Margaridas, em Brasília. Venâncio Aires terá quatro mulheres na mobilização.
No Rio Grande do Sul, 510 trabalhadoras do campo estão confirmadas para fazerem parte do ato que, de acordo com a coordenadora regional das trabalhadoras rurais, Vilce Leão, inicia com a saída no estádio Mané Garrincha e tem destino na Esplanada dos Ministérios, onde as mulheres ficarão concentradas e será feita a mobilização. O ponto alto da PROGRAMAÇÃO será na tarde do dia 12, quando está prevista a presença da presidente Dilma Rousseff.
Vilce destaca que as agricultoras da região elencaram como prioridade a área da saúde. “Há hospitais que fecharam, porque falta repasse e alguns atendimentos são diminuídos, nós queremos que mude essa situação.”
Com 12 quilômetros de caminhada, estima-se a participação de mais de cem mil mulheres. “No ano passado, cem mil participaram, mas, neste ano, acredito que esse número será ultrapassado em função da questão de corrupção que o Brasil enfrenta, até porque existe mais motivos para elas se mobilizarem”, observa a coordenadora.Vilce salienta que Venâncio Aires participou das marchas em todas as edições e, as mulheres, para arrecadarem dinheiro para a viagem até a Capital Federal, realizam atividades e recebem apoio de empresas e do próprio Sindicato dos Trabalhadores Rurais.
LUTA Das quatro mulheres da Capital Nacional do Chimarrão, estão Carline Linck, Leocadia Becker Bohn, Elaides Beatris Sthor e Adriane Meri Metz. A agricultora Carline, 32 anos, mora em Arroio Grande e participará da marcha pela primeira vez. Através do ato, ela busca melhorias no campo, que, na opinião dela, está em uma situação precária. De acordo com Carline, a Marcha é importante para toda a comunidade e não tem apenas como foco o lado da mulher, mas todo o conjunto de agricultores.
HOMENAGEM Muitas pessoas questionam-se o porquê da marcha ter recebido este nome. A nomeação é em homenagem à Margarida Maria Alves, presidente do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, município do Estado da Paraíba.
Segundo Vilce, Margarida foi assassinada em 12 de agosto de 1983 na própria casa, em frente ao filho e marido. Em função de lutar pelos direitos dos trabalhadores rurais, como a carteira assinada, ela recebia ameaças. “Nós, mulheres trabalhadoras rurais, resolvemos então colocar o nome dela na marcha, pois ela morreu por lutar pelos direitos dos agricultores”, destaca.