Os números da produção animal em Venâncio Aires, que têm contribuído diretamente para Valor Bruto da Produção Agrícola nos últimos anos, também têm servido de embasamento para trazer investimentos ao município.
Assim foi quando a Administração Municipal anterior pensou e executou parte do chamado PAC dos Frigoríficos, cuja proposta era asfaltar estradas de Vila Santa Emília, Linha Sapé, Estância Nova e Vila Mariante, onde estão situados quatro frigoríficos. Santa Emília foi concluída e em Linha Sapé e obra começa no ano que vem.
E será em 2019 que outra obra importante para o setor deve ser iniciada. Por enquanto, ela ainda está no papel, especificamente no contrato assinado na manhã desta quarta-feira, 19, entre Prefeitura, Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e Caixa Econômica Federal. O documento é o pontapé inicial para a construção do Centro Vocacional Tecnológico (CVT) da Proteína de Venâncio Aires, o primeiro do Rio Grande do Sul, segundo a Unisc, voltado para este segmento.
O CVT será um espaço de cursos e pesquisas que visam ajudar no desenvolvimento de algumas produções, como leite, gado de corte, aves, suínos, ovinos, peixes e mel. Conforme o pró-reitor de Extensão e Relações Comunitárias da Unisc, Ângelo Hoff, o centro de Venâncio será um complemento ao de Rio Pardo. “Enquanto um tem vocação vegetal, aqui a proposta é desenvolver a parte animal. É dar um novo arranjo produtivo e levar o setor a outro patamar, de organização e internacionalização, assim como é o tabaco.”
Para o prefeito Giovane Wickert, o centro vocacional vai ajudar na busca da qualidade e de novos mercados para os produtos de origem animal. “Com pesquisa e tecnologia, e a instalação de cooperativas, nossos produtos despontarão ainda mais.”
Assinado o contrato, a expectativa é pela abertura da licitação. Passado o período burocrático, a projeção da Prefeitura é iniciar a obra em maio do ano que vem e concluí-la em até dois anos.

CVT DA PROTEÍNA
O Centro Vocacional Tecnológico de Venâncio Aires tem custo estimado em R$ 3 milhões, sendo R$ 2,1 milhões para a construção de um prédio de 911 metros quadrados. Ele será erguido na antiga área da Fundação Ambiental de Venâncio Aires (Favan), em Linha Ponte Queimada.
A primeira parte da obra, que teve o recurso liberado com o contrato assinado ontem, custará R$ 900 mil. São recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, que liberou a mesma quantia para o CVT da Erva Mate, em Ilópolis. O deputado federal Danrlei (PSD) foi um dos principais articuladores junto ao Ministério.
A maior parte do valor, R$ 760 mil, será gerenciada pela Caixa Federal. O restante será repassado, posteriormente, diretamente ao Município. Esse valor deve custear a estrutura física e equipamentos do CVT, que terá recepção, laboratórios, sala administrativa, salas de aula e banheiros. Para a implementação dos cursos, será necessário um novo contrato, com outro recurso.
Na prática, o CVT vai proporcionar cursos e orientações a agricultores familiares, pensando na qualificação do processos produtivo. Entre eles, conservação do solo e água, e melhoramento genético dos rebanho de leite, gado de corte, ovinocultura, avicultura, suinocultura, piscicultura e apicultura.

Aumento da produtividade e qualidade de alimentos
Produtor de leite em Vila Palanque, interior de Venâncio, Diego Hermes, 23 anos, ficou otimista com o anúncio do CVT. “É de extrema importância para a produção de alimentos, pensando numa qualidade maior e no aumento de produtividade com custos não tão altos. Também vejo como uma possibilidade de trocar experiências com outros produtores.”
Além disso, Hermes destaca o fortalecimento da agricultura como um todo. “Quem sabe haverá cursos de especialização para produção de outros alimentos derivados dos produtos in natura, o que deve contribuir para a criação de novas agroindústrias.”