Como o verão é o período onde algumas pessoas passam férias na praia ou utilizam piscinas nas residências e clubes, elas se expôem ao sol com frequência. Portanto, é preciso tomar os cuidados necessários que objetivam a prevenção do câncer de pele.
O médico dermatologista Márcio Gaio Abela explica que evitar a exposição excessiva ao sol e proteger a pele dos efeitos da radiação ultravioleta (UV) são as melhores estratégias para evitar a enfermidade. Além disso, o profissional traz outras dicas como: usar chapéus, camisetas e protetores solares; na praia ou piscina usar barracas feitas de algodão ou lona; utilizar filtro solar de fator 30 ou mais alto com reaplicação a cada duas horas nas atividades de lazer e ao livre; evitar o sol entre 10h e 16h e permanecer na sombra nesse horário e manter bebês e crianças protegidos. Segundo o médico, filtros solares podem ser usados a partir dos seis meses de idade.
De acordo com Abela, mesmo quando o sol não está forte, os raios agem na pele. Portanto, mesmo em dias nublados, o filtro solar precisa ser utilizado. ” As nuvens não filtram totalmente os raios UV. A radiação é invisível, por isso o protetor solar deve ser usado inclusive nos dias mais cinzas, pois cerca de 80% da radiação solar atravessa as nuvens.” Proteger os lábios é tão importante quanto proteger o rosto ou o corpo, destaca o médico. “Todo o dano que as radiações UV causam na pele ocorre também nos lábios.”
Abela tambem observa que a pele clara é um dos fatores que aumenta o risco do câncer de pele, pois pessoas com menos pigmento (melanina) na pele têm menos proteção contra as radiações UV. “Pessoas com cabelos e olhos claros, com sardas, que se queimam com facilidade, têm de duas a três vezes mais chances de desenvolver câncer da pele.”
ATENçãO AOS SINAIS O médico chama atenção para o fato de que o câncer de pele pode se assemelhar com pintas, manchas ou outras lesões benignas. Por isso, é preciso ficar atento aos seguintes sintomas: Uma lesão na pele de aparência elevada e brilhante, avermelhada, com crosta central e que sangra facilmente; Uma pinta preta ou castanha que muda sua cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho e Uma mancha ou ferida que não cicatriza, que continua a crescer apresentando coceira, crostas ou sangramento.
Em caso de sinais suspeitos, é preciso procurar um médico dermatologista. De acordo com Abela, o câncer de pele responde por 25% de todos os diagnósticos de câncer no Brasil. O tipo mais comum é o câncer da pele não-melanoma, que, apesar da incidência elevada, tem baixa letalidade e pode ser curado com facilidade se detectado precocemente. “Tipo menos frequente dentre todos os cânceres da pele, o melanoma tem o pior prognóstico e o mais alto índice de mortalidade.” Conforme ele, embora o diagnóstico de melanoma normalmente traga medo e apreensão aos pacientes, as chances de cura são de mais de 90%, quando há detecção precoce da doença. “A imensa maioria das lesões malignas da pele surgem em regiões expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas.”
A radiação é invisível, por isso o protetor deve ser usado nos dias mais cinzas, Márcio Gaio Abela, médico dermaologista
Liga atende 45 casos de câncer de pele
A Liga Feminina de Combate ao Câncer de Venâncio Aires possui 45 pacientes cadastrados com câncer de pele. Segundo a presidente da entidade Heloísa Bruxel, 30 casos são de mulheres e 15 de homens. Heloísa destaca que, atualmente, por meio da Liga Jovem há um trabalho de prevenção no interior do município. A Liga Feminina de Combate ao Câncer auxilia os pacientes com os diferentes tipos de câncer com exames, medicamentos e encaminhamentos para profissionais.