Prestes a completar dois meses do atentado que quase lhe custou a vida, a aposentada Leonita Stein, 73 anos, luta para retornar à sua rotina normal. Vítima de um marginal, foi agredida e atingida por 15 golpes de tesoura. Socorrida por dois brigadianos, foi encaminhada às pressas ao Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) e depois transferida para o Bruno Born, em Lajeado, onde foi assistida por especialistas. Está com a saúde totalmente recuperada e agora tenta se livrar do trauma psicológico.
Mãe de oito filhos, Leonita decidiu ir morar temporariamente com um deles, em Lajeado. Na semana passada, esteve em Venâncio Aires e foi até sua casa, onde tudo aconteceu. “Mas ela se sentiu muito mal e disse que não quer mais morar lá”, explicou o filho Clóvis. Por isso, a aposentada pegou roupas e alguns pertencentes e foi para a cidade vizinha.
Antes, pediu que lhe levassem até a Brigada Militar. Queria agradecer pessoalmente aos seus dois anjos da guarda. Para ela, os brigadianos Diego Vieira Pereira e Mateus Rodrigues Cassini foram decisivos para que sobrevivesse. “A atitude deles salvou a minha vida”, garante.
No dia do fato, os soldados Viera e Cassini foram ao local assim que uma nora da aposentada comunicou a BM. Ao entrarem no quarto da vítima, a encontraram ensanguentada. O Samu já havia sido acionado, mas decidiram que se tratava de um caso de vida ou morte e agiram. Fizeram os procedimentos de primeiros socorros e a encaminharam ao HSSM.
Leonita permaneceu um dia no Centro de Terapia Especial (CTE), teve uma melhora na saúde e seus filhos decidiram que deveria ser tratada por um especialista. Foi transferida para o Bruno Born, onde ficou até receber alta. Das 15 estocadas de tesoura que foi vítima, 13 a atingiram no pescoço, uma na orelha e uma na clavícula.
As lesões a impediram de se alimentar normalmente por um bom tempo. A aposentada sofreu perfurações na laringe, no esôfago e na traquéia. O golpe mais profundo foi na orelha e quase atingiu sua coluna vertebral.
Ontem, na companhia do filho Plínio e dos netos, Leonita respondeu algumas perguntas à Folha do Mate. Falou sobre sua saúde, sua recuperação, o dia do crime e não poupou elogios aos brigadianos. Também agradeceu ao médico Cristiano Pilz. Sobre sua ida para Lajeado, explicou que é por ser mais perto do Hospital Bruno Born. Mas observou que ainda não sabe onde vai morar.
Segundo disse a aposentada, sua saúde está boa, mas ficou com uma sequela no pescoço. Isso a impossibilita de movimentá-lo normalmente, como fazia antes.
Mais detalhes na edição impressa de 23/05/2012