A frase foi dita ontem, pelo presidente da Câmara de Vereadores de Venâncio Aires, Benildo Soares (Republicanos). Ela foi usada como explicação para o fato de que integrantes da base governista no Legislativo resolveram não apoiar o Projeto de Lei número 007, de autoria da Mesa Diretora e que tinha relação com os vencimentos dos servidores, tempo de exercício na classe anterior para fins de promoção e adicional por escolaridade. No entanto, não será surpresa se Soares adotar uma postura menos amistosa com a base que dá suporte ao prefeito Jarbas da Rosa (PDT) na Casa do Povo. Ele tenta despistar, garante que está tranquilo e que não houve abalo no relacionamento, contudo basta um conversa por telefone – como a que tivemos – para notar que o episódio causou constrangimento e desconforto.

Ao notar que não teria votos suficientes para a aprovação do PL, o presidente optou pela retirada e arquivamento da proposta que, aliás, já havia sido alterada outras vezes. A principal revisão foi a retirada de redação que previa um vale-combustível no valor de R$ 300 para servidores – cargos em comissão (CCs) e efetivos – que residem distante mais de três quilômetros da sede do Legislativo. Soares elegeu como bodes expiatórios os colegas de situação Ana Cláudia do Amaral Teixeira (PDT) e Ricardo Landim (PSL). Conforme o político, foram os dois que ‘fizeram campanha’ contra o projeto e levaram integrantes da Prefeitura a se preocuparem com a possibilidade de efeito cascata no Executivo.

O que precisa ser levado em conta para uma possível ruptura é que o vereador do Republicanos tem um início de ano com várias frustrações, mesmo estando na presidência. Não conseguiu emplacar o PL 007; o vale-combustível não prosperou; não tem reunido apoio para a contratação de mais um profissional para a assessoria de imprensa; e outro projeto de autoria da Mesa Diretora, que prevê a contratação de um procurador jurídico de carreira, tem focos de resistência. Lembram que outro dia escrevi aqui que teríamos ‘tretas’ em breve no Legislativo? Pois bem, elas começaram a aparecer. E as feridas abertas durante os últimos dias podem se agravar na tarde de hoje, pois teremos sessão, a partir das 18h.

Rapidinhas

• O impacto de eventual aprovação do PL 007 seria de mais de R$ 55 mil por ano. Justamente por isso alguns vereadores foram contra. É, certamente, impopular.

• Segundo comentários de bastidores, a cada novo presidente que entra na Câmara, os servidores tentam emplacar o projeto.