A sessão da Câmara de Vereadores de Venâncio Aires de segunda-feira, 27, marcou a posse dos dois novos secretários da Mesa Diretora. Depois da renúncia de Sid Ferreira (PDT) ao cargo de primeiro secretário – foi convocado pelo prefeito Jarbas da Rosa (PDT) para assumir a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisp) -, o presidente da Casa, Tiago Quintana (PDT), liderou o processo de transição. Muito, é verdade, por pressão de Elígio Weschenfelder, o Muchila (PSB), que dava pinta de que tentaria ficar com uma das funções, mas acabou recuando porque sabia que não teria votos suficientes.

Com isso, Gerson Ruppenthal (PDT) e Clécio Espíndola, o Galo (PTB), formaram uma chapa e se apresentaram. Em votação ocorrida no Plenário Vicente Schuck, houve aprovação por 10 votos a 5. Os contrários foram André Kaufmann, Renato Gollmann e Diego Wolschick, todos do PTB, e Sandra Wagner e Elígio Weschenfelder, o Muchila, ambos do PSB. A eleição já era passado, mas Gollmann decidiu justificar o voto. Ao fazê-lo, já no período das Comunicações, deixou claro que não gostou da atitude de Galo. “Como presidente do PTB, não posso concordar que um vereador faça parte da Mesa sem consultar o partido”, afirmou. A seguir, para classificar o ato do colega como de indisciplina, usou o exemplo do Exército: “Não respeitou a hierarquia. Quem foi no quartel sabe como funciona”.

Mais tarde, também em pronunciamento na tribuna, Galo rebateu. Disse que André Kaufmann e Ezequiel Stahl, ambos do PTB, foram convidados por Tiago Quintana para fazer parte da Mesa – isso ainda no início da atual legislatura -, mas decidiram não aceitar. Ele, no entanto, acenou positivamente. “O presidente Tiago Quintana me fez o convite e eu aceitei. Jamais imaginei que precisava comunicar o presidente do meu partido”, comentou. Na sequência, pegou ainda mais pesado, em uma manifestação que algumas pessoas, nos bastidores, classificaram como uma ‘esporada’, em alusão ao apelido do parlamentar: “E vou dizer pra ti, vereador Renato: se eu errei, tu me pune. Não tem problema nenhum. Se tu acha que é o direito do quartel, pode me punir. Não tô aqui para fazer qualquer coisa de mal. Eu tô aqui para trabalhar pelo município. Mas cuida, porque muitas vezes o feitiço vira contra o feiticeiro”.

Mas, afinal, o que de fato há por trás desta polêmica? Segundo apurou a coluna, os vereadores de oposição – principalmente os do PTB, que conforme relato de uma fonte “ficaram furiosos” ao tomarem conhecimento de que Galo iria mesmo formar uma chapa com Gerson Ruppenthal -, decidiram ‘fritar’ o colega, que há algum tempo dá sinais de que vai se transferir para o PDT, sigla na qual já esteve. Só não esperavam que o petebista iria responder com tanta veemência. O contra-ataque deve-se, logicamente, ao fato de que ele sabe que, eventualmente expulso do PTB, teria o caminho livre para mudar de ares, sem a necessidade de esperar a janela de transferências, que para vereadores abre só em 2024.

No fim das contas, a Mesa Diretora ficou com Tiago Quintana (PTB) na presidência, Benildo Soares (Republicanos) como vice e Gerson Ruppenthal (PDT) e Clécio Espíndola, o Galo (PTB), como primeiro e segundo secretários, respectivamente. Antes de encerrar a sessão, o presidente virou a metralhadora na direção de Muchila e disparou: “Gostaria de agradecer aos vereadores Gerson e Clécio, que se colocaram à disposição da Mesa. Tivemos indicação e cobrança do vereador Elígio, mas refuto seus argumentos de que houve desleixo ou esquecimento. No fim, ele encheu o saco, não botou chapa e ainda votou contra a que foi apresentada. Não adianta vir aqui e querer dar showzinho”. Quintana ressaltou que conduz os trabalhos “de forma respeitosa” e destacou que a Mesa tem, agora, uma formação pluripartidária. “Era o que queríamos desde o início. Prezamos pela democracia e pelo trato igualitário”, concluiu.

Rapidinhas

• Os vereadores César Garcia (PDT) e Sandra Wagner (PSB) trocaram ‘gentilezas’ na sessão da Câmara de segunda-feira, 27. Garcia acusou a colega de ter debochado da participação da secretária de Habitação e Desenvolvimento Social, Claidir Kerkhoff (PSL), na tribuna do Legislativo, e cobrou respeito. Em seguida, Sandra afirmou que a acusação não era verdadeira e reclamou ainda que não era a primeira vez que o pedetista desrespeitava ela. É a ‘guerra’ entre governo e oposição.

• Diego Wolschick (PTB) parabenizou o presidente da Câmara, Tiago Quintana (PDT), por não nomear o terceiro assessor parlamentar, uma prerrogativa do comandante da Mesa Diretora. Ao mesmo tempo, sugeriu que o cargo seja extinto.

• Vai aqui o meu abraço para o amigo Valmir Feix, funcionário público que, além de acompanhar os escritos aqui deste espaço, me falou esta semana que, sempre que pode, está ligado no Terra em Uma Hora e no Folha 105, dois programas da Rádio Terra FM dos quais participo. “Tá em todas”, brincou ele. É a vida de jornalista.