Lembram que eu escrevi aqui, recentemente, que a eleição para a presidência da Câmara de Vereadores e os últimos atos na Casa do Povo, neste ano, deixariam feridas abertas para 2023? Pois é, achei que só voltaríamos a falar disso no próximo ano, mas a última sessão ordinária do Legislativo, realizada na segunda-feira, 19, expôs ainda mais atritos e descontentamentos entre os parlamentares. Por isso, nesta edição optei por trazer um resumo, em ‘pílulas’, do que de mais ‘pesado’ rolou no Plenário Vicente Schuck no período das Explicações Pessoais, quando cada vereador tem alguns minutos para fazer as suas últimas considerações na reunião. As manifestações foram provocadas tanto pelo resultado da escolha da Mesa Diretora quanto retirada do projeto do feriado de 11 de maio.
César Garcia (PDT): Afirmou estar decepcionado com “a falta de educação de alguns colegas”, em referência ao fato de que nem a fala do presidente, Benildo Soares (Republicanos), foi assegurada em alguns momentos. “Tudo por conta do desatino e cegueira que muitos mergulham em função do poder”, emendou. Segundo ele, “muitos que votaram nos vereadores que aqui estão se sentem envergonhados, por isso peço encarecidamente que a população leve isso que acontece aqui na Câmara como algo muito relevante para a próxima eleição”.
Claidir Kerkhoff Trindade (União Brasil): Se disse feliz pela manutenção do ‘acordão’, que fez Gerson Ruppenthal (PDT) presidente para 2023 e deve levá-la ao comando da Mesa em 2024. “A gente ainda consegue acreditar nas pessoas”, declarou. Também disparou contra um vereador, sem citar o nome, que teria contestado sua atuação: “Ouvi um colega dizer que eu nem sei o que estou fazendo aqui. Digo que não entrei pela porta dos fundos desta Câmara, fui eleita com 451 votos e acho que, quando a gente perde, tem que reconhecer esta perda. Faltou escolinha de futsal para este menino, pra aprender a perder. Nem tudo é ouro”.
Elígio Weschenfelder, o Muchila (PSB): “Vou parafrasear o prefeito Jarbas da Rosa, que em entrevista, outro dia, afirmou que toda ação provoca uma reação. E a conta sempre vem. Aqui nesta Casa não prevalece a democracia, mas sim a politicagem, o toma lá, dá cá, os carguinhos. Mas são as regras do jogo e a comunidade, certamente, saberá separar o joio do trigo”, disparou o socialista.
Diego Wolschick (Mais Brasil): Atacou o presidente eleito para 2023 e o prefeito Jarbas da Rosa. “O Poder Legislativo acaba de escrever um triste capítulo da sua história. Na noite de hoje (segunda), Gerson Ruppenthal foi, de vereador cassado e condenado pela Justiça, lá em 2016, a presidente da Câmara em 2023. E o principal responsável para que isso ocorresse se chama Jarbas da Rosa. Digo isso porque, se não fosse o prefeito Jarbas colocar a faca no pescoço dos vereadores da base, você Gerson, não teria votos suficientes para se eleger presidente”.
Renato Gollmann (União Brasil): “Fizemos uma chapa de oposição, mas sabíamos que não ia ser fácil. Vereador Gerson, um mês atrás, me chamou na sala dele convidando para fazer parte da Mesa. Me disse ‘vou ser presidente a qualquer preço’. Por isso te parabenizo, você honrou o que disse”, comentou, para em seguida completar: “Hoje (segunda) vi que alguns vereadores nesta Casa têm preço e apreço por cargos na Prefeitura. Então, cada um pensou no seu umbigo, cada um pensou só no que tinha a ganhar e não na população”.
André Kaufmann (Mais Brasil): Seu alvo foi o presidente Benildo Soares. “Benildo Soares me desculpa, mas me enganei quando votei em ti, porque me disse que seria uma Casa pluripartidária e independente, mas fez ao contrário. Não se escreve o que senhor fala, o senhor muda de opinião de acordo com o vento. O senhor prometeu cargo para Deus e todo mundo, vivia falando do prefeito Jarbas, da vereadora Claidir e do colega César, falando com nós e negociando voto”, alfinetou.
Gerson Ruppenthal (PDT): “O que aconteceu nesta Casa foi uma democracia. Houve a chapa vencedora e a chapa derrotada. Opiniões divergentes e tudo cabe numa democracia. O que não cabe é alguns vereadores de oposição usar a imprensa, redes sociais ou até aqui pessoalmente atacar a vida pessoal do vereador. Fazem isso quando não têm mais argumentos, se esgotaram todos, no campo da política. Aí tem que ir para a vida pessoal”, reclamou.
Benildo Soares (Republicanos): “Peço desculpa se errei com alguém, tentei fazer o meu melhor. Fui eleito pelo povo e trabalho pelo povo. Não vou me trocar por outras questões. Estou absolutamente tranquilo com a decisão que tomei. Tinha dado minha palavra para o Jarbas (sobre votar no candidato do PDT). Vai chegar o dia dos vereadores de oposição nestas quatro cadeiras. Só não tentem comprar voto que não vai dar certo. Trabalha, eu trabalhei”, argumentou.