Anotem aí: o debate sobre os projetos que preveem aumento para prefeito, vice, secretários e vereadores vai monopolizar os bastidores da política nos próximos dias na Capital do Chimarrão. As propostas já tramitam na Câmara de Vereadores, mas não há previsão de serem colocadas em votação. Aliás, foram retiradas de pauta na sessão de 18 de janeiro, convocada extraordinariamente. Embora a votação seja uma exigência para o último ano de uma legislatura e reflitam somente no primeiro ano da outra, a polêmica já está instalada.
Isso porque, pelas matérias originais, prefeito (R$ 25.538,80 para R$ 29.880,50), vice (R$ 13.291,03 para R$ 15.550,50) e secretários (R$ 11.308,00) teriam 17% de incremento, enquanto os vereadores (R$ 7.997,04 para R$ 10.000,00) ganhariam 25% de reajuste. No caso do presidente da Câmara, o vencimento saltaria de R$ 10.370,15 para R$ 12.495,25, um percentual 25% maior. Na justificativa do projeto consta que os gestores públicos não têm qualquer aumento desde 2020, quando a legislação federal vedou novos gastos em razão da pandemia de coronavírus.
Público aplaude o ‘tapa de luva’
Na sessão de segunda-feira, 5, no início das Comunicações, período no qual os vereadores fazem seus pronunciamentos na tribuna da Câmara, Eligio Weschenfelder, o Muchila (PSB), resolveu ‘enquadrar’ a presidente Claidir Kerkhoff Trindade (União Brasil), em razão de ela não estar ocupando seu lugar na Mesa Diretora quando o colega Ezequiel Stahl (PTB) se manifestava. Muchila disse que a comandante teria que dar exemplo, caso quisesse cobrar dos demais que permanecessem nos seu assentos, algo que vira e mexe é tema de debate no Poder Legislativo.
Quando foi à tribuna, Claidir pediu desculpas a Stahl e esclareceu que, depois de ir ao banheiro, acabou sendo abordada por pessoas que foram à Câmara para prestigiá-la. Na sequência, provocou o socialista: “Talvez, vereador Muchila, tu nunca chegue ou não saiba o que é ser presidente de uma Câmara. Talvez tu também não terá amigos para te abraçar e felicitar, ou que vieram de longe”. Quase todos que estavam acompanhando a sessão participaram de uma extensa salva de palmas, misturada a assovios e gargalhadas. Nos bastidores, o termo usado foi ‘tapa de luva’.
Claidir é prestigiada na Câmara
Diversas lideranças políticas de Venâncio Aires foram à sessão da Câmara de Vereadores na noite de segunda-feira, 5, o que deixou claro que a presidente Claidir Kerkhoff Trindade (União Brasil) está muito prestigiada. A destacar, as presenças de Alexandre Wickert e Maciel Marasca, respectivamente pré-candidatos a prefeito e vice na chapa encaminhada entre PL e PP. Eles entregaram até flores à comandante da Mesa Diretora. Não é segredo que, se quiser mudar de ares, Claidir será esperada com tapete vermelho e fogos de artifício em qualquer um dos partidos. Comenta-se até que poderia surgir na composição à majoritária.
O acolhimento e a resolutividade
Preciso ocupar este espaço para fazer agradecimentos ao médico Renato Fragomeni – que conheci pessoalmente esta semana e soube que é leitor da coluna, o que muito me lisonjeia – e também aos funcionários da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), em especial aos que estavam de plantão na noite de domingo, 4. Como é bom, na hora de buscar auxílio relacionado à saúde, sentir-se à vontade e seguro por conta da atenção dispensada ao paciente, seja na rede pública ou particular.
Já andei muito por aí, morei em várias cidades, e não recordo de serviço com tanto acolhimento e resolutividade no Sistema Único de Saúde (SUS) como na Capital Nacional do Chimarrão. Há episódios negativos, eventualmente, é lógico, e deve-se trabalhar para que as coisas melhorem. E, como 2024 é ano eleitoral e tudo pode ser usado com esta conotação, lembro que cheguei a Venâncio Aires, pela primeira vez, em 2014, ano de inauguração da UPA, cobertura da qual participei, aliás. Desde lá, sempre tive boas experiências no que se refere ao atendimento.
Tretas, discussões e leviandades
Manifestação do vereador César Garcia (PDT) na tribuna da Câmara de Venâncio Aires, na sessão de segunda-feira, 5: “Está aberta a temporada das tretas, discussões e assuntos levianos nesta Casa pelos próximos meses, até que sejam eleitos os novos representantes”.